Um. ✓

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5 Meses depois.

Harry

Minha cabeça dói de tanto ouvir o barulho que os sapatos de Louis fazem quando batem contra o chão.

Ele vai furar a porra desse chão!

- Você não pode estar falando sério, Harry. Ela vai morrer! Eles vão desligar aquelas máquinas a qualquer momento e você simplesmente não vai fazer nada? Você vai deixar que ela morra sozinha? - Louis questiona, enquanto puxa os cabelos.

Ele vai ficar doido!

- Você sabe o que vai acontecer se eu for até lá. Cala a porra dessa boca, eu já tenho coisas demais para me preocupar. - Mexo meu corpo no sofá,  mas ele não fica confortável de jeito algum. Por que ele tem que tocar na merda desse assunto? Eu estava indo bem na missão de fingir que não me importo, mas ele tem que perguntar, ele tem que tocar nesse assunto maldito assunto e me fazer com que eu me sinta pior. 

- Ela vai morrer, Harry! Eles vão desligar aqueles aparelhos, eles só não desligaram ainda por ela ser a dona do hospital. Mas já passaram 5 meses e nada acontece. Ela está terrível.

- Tudo isso só aconteceu por minha causa. Você sabe o quanto eu odeio o fato de ela estar naquela cama? Eu não posso fazer nada, eu sou o maior culpado por tudo que aconteceu.

- É por isso que você não pode ser a porra de um canalha e deixar que ela morra sem você. Você a deixou sozinha, mesmo sabendo que Zayn a estava ameaçando. Você deixou que ela sofresse aquele acidente, você  a abandonou  quando ela mais precisou! Não deixe que ela morra sem sentir o seu amor, essa pode ser a última vez, não esquece disso. - Ele sai de casa e bate a porta em seguida.

Ele está certo, eu não posso deixá-la sozinha, mas eu me sinto tão sujo, eu tenho feito coisas que a fariam desejar morrer de uma vez por todas. Eu causei tudo isso. É como se eu tivesse causado aquele acidente, e não Zayn.

E aquele babaca continua em liberdade por ai, enquanto minha menina está aprisionada a uma cama. Enquanto ela está apenas esperando sua sentença.

E é tudo culpa minha, seu único pecado foi se envolver com a pessoa errada.

Eu sou a porra de um babaca.

(...)

Aproveito o horário de descanso dos enfermeiros e tento ao máximo me aproximar do quarto.

Vai ser só uma vez, eu juro que essa será a única vez, eu preciso vê-la, não posso deixar que ela morra sem ao menos dizer a ela que a amo, que tudo valeu a pena e que se eu pudesse escolher, a teria deixado longe de tudo isso, longe da tragédia emitente que é se envolver com alguém igual a mim.

Quando a porta fecha atrás de mim e eu olho para a maca a minha frente, eu desejo nunca ter entrado aqui. Minha menina está ligada a diversos aparelhos, ela até respira com a ajuda de aparelhos. Como isso foi acontecer?  Apesar de estar "dormindo" sua expressão é de pura dor, como se ela estivesse presa em algum pesadelo, como se estivesse em sofrimento. 

Ela está aprisionada ao  pesadelo em que eu tornei sua vida.

Me aproximo o mais devagar possível,  não posso acreditar que ela está mesmo em uma situação igual a essa. Meus dedos são rápidos em deslizar por sua pele gelada. Ela está tão pálida! E existem umas bolsas de olheiras embaixo dos olhos. A boca que eu tanto amo está pálida e ressecada.

Eu causei isso a ela! Eu sou um lixo.

- Eu queria tanto que você estivesse bem. Eu daria tudo para te ter aqui, Linda, andando pelos corredores da escola  com suas calças rasgadas. Eu juro que eu não me importaria que você me odiasse, eu não me importaria em te ver nos braços de outra pessoa, tanto que eu não tivesse que vê-la nessa situação. - As lágrimas são mais rápidas que eu. - Minha Em, eu amo tanto você, apesar de ser a porra de um babaca, de fazer tudo errado, eu nunca menti. Eu te amo pra caralho. Me desculpa por tudo.

Seguro a sua mão que não está liga a  fios e a levo até a boca, pressionando meus lábios contra ela.

- Eu prometo.... Prometo a quem eu tiver que prometer que se você sair dessa, eu saio da sua vida, eu não vou mais te causar problemas. Mesmo que isso doa mais do que sua própria morte. Mas por favor, Em, não me abandona. - Deixo que minhas lágrimas caiam sem controle algum.

E eu mal posso acreditar quando sinto dedos fracos apertarem minhas mãos.

- Em? Você está me ouvindo? Se você estiver me ouvindo, aperta minha mão outra vez, por favor. - Espero com tanta expectativa que eu chego a sentir pena de mim mesmo, mas nada acontece.

Eu estou ficando doido!

Saio do quarto o mais rápido que consigo.

Essa pode ser a última vez que eu a vi, e eu nem sei como me sentir em relação a isso.

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