Passo por Harry e por todos que estão na recepção como um verdadeiro furacão. Eu não consigo fazer isso agora. Não consigo sorrir e fingir que estou bem com tudo isso. Eu nem sei como me sentir em relação ao que acabei de descobrir, mas sorrir e aceitar que essa é a verdade definitivamente não é uma opção.
Do lado de fora do consultório ainda chove, mas eu não me preocupo com isso. O barulho de botas batendo contra o chão me dizem que Harry está a passos de mim. Aumento meus passos e já estou molhada. A água que cai contra meu corpo é fria e eu sei que vou piorar, mas eu não me importo. Não posso me dar ao luxo de me importar com isso agora.
- Aonde você está indo? - A voz rouca de Harry se faz audível.
- Para bem longe de você. - Avisto um táxi se aproximar da entrada de pedras e caminho mais rápido em sua direção.
- Que diabos aconteceu? - Percebo que ele aumentou os passos, pois o barulho no chão é ainda mais preciso.
- Eu não quero falar com você agora. - Estou a poucos passos do táxi quando ele para. Uma senhora desce e eu mexo o braço em um sinal de parada desesperadamente.
A senhora sorri para mim e caminha em direção ao consultório. Escuto os passos de Harry ainda mais próximos e abro a porta do carro, me jogando no banco do carona em seguida.
- Me tire daqui, por favor. - Peço ao taxista que trava as portas no exato momento em que as mãos de Harry alcançam a maçaneta. Ele bate os dedos freneticamente na janela e eu apenas encaro o motorista em um pedido de socorro.
- Ele está te ameaçando? Você quer ir a uma delegacia? - O taxista me pergunta.
- Não, eu só preciso que você me tire daqui.
Ele não fala mais e arranca com o carro. Pelo retrovisor observo o carro se afastar de Harry. Ele encara o carro ainda parado na chuva. Ele não demora muito tempo para caminhar em direção ao carro e seguir o táxi. Depois de dizer o endereço e pedir ao taxista que despiste Harry, apenas encaro a paisagem depois da janela, desesperadamente entender o que aquelas lembranças realmente significavam.
O táxi para e é a minha deixa para correr ainda mais de Harry. Jogo uma nota de 50 libras e corro em direção a minha casa. Ouço barulho de pneus e sei que Harry chegou. Subo as vezes escadas o mais rápido que consigo, mas antes que possa entrar em Meu quarto, uma mão grande segura meu braço. Como ele chegou tão rápido aqui?
- Fala comigo! Que diabos aconteceu? - Sua expressão está dura e eu tenho ainda mais vontade de chorar.
Muita coisa está acontecendo ao mesmo tempo e a minha única reação a tudo isso é sentar e chorar. Isso me torna fraca? Me torna uma garotinha? Provavelmente é isso que a maioria das pessoas imaginam. Muitos deles provavelmente apontam o dedo riem. Dizem que eu sou maluca, ou que tudo isso é drama mas só eu sei como realmente estou me sentindo. Só eu sei o quão desesperador é não saber quem eu realmente sou.
- Eu não sei. - Minha voz sai mais fraca do que eu imaginava e a expressão de Harry suaviza no exato momento. - Eu não sei o que está acontecendo e isso vai me deixar louca. Me deixa, Harry. Eu preciso colocar meus pensamentos no lugar e preciso fazer isso sozinha.
Seus dedos longos me soltam e ele me encara com uma expressão de pena. Corro para dentro do meu quarto e me jogo na cama, as lágrimas me envolvem e eu apenas deixo que elas rolem, na esperança que elas lavem toda a tristeza da minha alma.
(...)
Harry.

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Truths
FanfictionQuando tudo ao seu redor se transforma em perguntas, a única escolha de Emanuela é decidir quais respostas realmente valem a pena procurar. • Segunda temporada de proibida pra mim. • 1ª temporada: proibida pra mim. 2ª temporada: truths 3º tempo...