Capítulo 13

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Estava deitada de lado. Quando em meio à ardência da luz solar que agora queimava meu rosto, tentei abrir meus olhos. Estava tudo escuro e aos poucos meu quarto foi tomando forma. Minha cortina estava aberta dando visão á sacada do meu quarto, onde se encontrava meus vasos de planta que quase nunca eram regados. Olhei para o lado, vi minha mesa onde ficava meu notebook. Como sempre cheia de papeis e livros espalhados. Logo ao seu lado minha televisão com alguns papeis jogados em cima dela também. Sorri.

Sentei e me espreguicei. Elevando meus braços o máximo que podia e senti minhas costas se esticarem. Olhei para o outro lado, ainda sonolenta e vi meu guarda-roupa. Entrada para o banheiro e meu quadro de fotografias. Levantei e andei até ele e observei várias fotos. Minhas com minha família. Tia Nicole. Férias de verão com a galera da faculdade e minha com Ana.

Lembrei da noite anterior. Fui até minha bolsa pegar a foto que tinha revelado. Fiquei encarando ela, quando me lembrei de que meu celular estava descarregado e tinha me esquecido de colocá-lo para carregar antes de dormir. Era quinta-feira. Dia do julgamento e ficar sem celular era pedir para morrer.

Peguei meu carregador e o conectei na tomada e logo após no meu celular. Assim que apareceu na tela que estava carregando, o liguei. Demorou cinco minutos para ver mais de cinquenta chamadas perdidas de André e de Ana. Enquanto o celular foi ligando, as mensagens no Whatsapp e SMS não paravam de chegar. Notificações do Facebook. Fiquei assustada. Algo bem grave devia ter acontecido.

Como meu celular travou devido o Whatsapp. Resolvi ler primeiro as mensagens SMS. Eram mais de cem. A última, que no caso pra mim, era a primeira enviada, dizia:

"Assim que acordar me ligue, André!"

O que esse idiota queria comigo?

Resolvi ignorar as outras mensagens e liguei direto para Ana. Iria falar poucas e boas do porque o namoradinho dela estava me mandando mensagem e saber qual era o babado da vez.

O telefone chamou, chamou e ninguém atendeu. Resolvi tentar novamente e nada. Estava ficando preocupada. Ela não era de demorar a atender, mesmo pela manhã. Liguei novamente e na terceira chamada uma voz masculina atendeu.

— Andressa? — perguntou à voz que conhecia muito bem.

— O que você esta fazendo com o telefone de Ana, André? — ignorei sua pergunta e questionei irritada.

— Andressa, você está em pé? — Ele ignorou minha grosseria e sua voz continua calma.

— O que? O que você esta falando garoto? — perguntei desentendida e irritada — Deixa eu falar com a Ana...

— Andressa, me escuta. Senta e ouve bem o que vou te falar. — me interrompeu rígido.

— Eu quero saber o que esta acontecendo pela minha amiga e não por você. Você acha que só porque pediu ela em namoro você pode falar por ela?

— Andressa, cala a boca! — gritou.

Calei.

Quem esse idiota pensa que é?

Está bem pode falar, senhor ignorante. — Falei debochada.

— Você está sentada? — pergunta novamente calmo.

— Que merda é essa de sentar? Deixar eu falar com Ana logo! — insisti.

— Andressa você não pode falar com a Ana!

— O que? — ri sem graça — E porquê não? — questionei sarcástica.

— Porque a Ana está morta! — saiu como um sussurro.

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