Capítulo 2

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— Porque não me disse que estava rolando uma festa na sua casa? — perguntou Ana enquanto dirigia — Se eu soubesse não tinha sugerido de irmos pra essa festa.

— Já estou cansada das festas lá de casa, quero ver gente nova. O que não inclui ver a cara do Luiz fora do escritório

— Entendo! Mas ele é até bonitinho, se não fosse tão chato com essa história de querer ser melhor que você. Aliás, você deveria ter pensado nisso quando ficou com ele.

— Quando você fuma uma erva, bebe um pouco e chega em casa de madrugada, você não pode levar em consideração seus atos. Eu estava muito doida. E se arrependimento matasse, não estaria aqui faz tempo.

— Cara, você é minha inspiração. Como você conseguiu ficar com seu primo? E depois de grande, porque quando se é adolescente não conta.

Rir.

— Era o que tinha na frente, simplesmente! — Dei de ombros — Foi o dia que briguei com o Leandro. Eu estava estressada e ele foi um fofo, admito que nem parecia ele.

— Belo conforto conseguiu.

Ignorei seu comentário e olhei para janela. Não era um assunto que queria me aprofundar.

— Está bem! Esquece o que eu disse. — Ana quebrou o silêncio que há alguns minutos se estendia. — Faz tempo que te chamo pra sair. Não quero acabar com a noite, antes dela começar.

Abri um sorriso singelo com o canto da boca pra ela e voltei a olhar pra janela.

— Você sempre me empurrando pra essas festas. Sabe que nunca tiro algo bom disso. — A lembrei das vezes passadas.

— Na verdade sempre tira. Só se esquece, nas raras vezes que vem, de pedir o número deles antes de irem embora. — Seu sorriso malicioso me faz lembrar os garotos com quem ficava.

Rimos com as recordações.

— Talvez, seja porque o último que me deu, acabou sendo o pior erro da minha vida. — Suspirei, pra não pensar naquilo, mudando logo de assunto, antes que ela fizesse qualquer comentário — Aliás, não sei como consegue estudar e frequenta-las. — dei uma leve cutucada em seu braço com o cotovelo — Estudando, eu não consigo tempo pra mim. Claro que tem o escritório que também suga meu tempo, mas sério. Você é algo a ser estudado!

— Você que é certinha demais, Dess. Temos que aproveitar enquanto somos estudantes. Imagina, quando você assumir o escritório do seu pai, você não vai ter vida.

Ela tinha razão. Se já não vivia agora, imagina quando minha "vida" realmente começasse.

— Ainda não é certo se irei assumir a empresa. — Confessei sincera.

— É claro que vai! Você é inteligente, é gostosa e solteira. Amiga, você pode tudo.

— Se você diz. — Me aconcheguei relaxadamente na cadeira do carona, tentando acreditar naquelas palavras — Então vamos aproveitar.

Nosso destino ficou em um apartamento de luxo a beira mar. O amigo de Ana morava na cobertura e sempre que havia um tempo livre, fazia uma dessas festas pra galera popular da faculdade, o que incluía a maioria dos cursos mais importantes. Identificamos-nos com o porteiro e subimos. Logo na entrada avistei alguns rostos conhecidos.

— Será que ele vem? — supôs Ana ao meu lado e logo me arrependi.

— Sinceramente? — Olhei pra ela — Espero que não! Ele a escolheu. Acabou. Fim de papo.

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