Honey... /Frerard/

Chapter 8

  Acordei me sentindo completamente renovado. Já fazia muito tempo que eu não dormia tão bem assim, o que, em partes, era bem estranho.

  Me mantive com os olhos fechados e logo uma dorzinha começou a me incomodar. Não sabia muito bem o que era aquilo, então simplesmente deixei pra lá, esperando que fosse passar rápido, afinal, não era uma coisa insuportável.

  De repente, alguma coisa se mexeu nos meus braços e foi aí que eu lembrei que eu não estava no meu quarto. Eu não estava sequer na minha casa. Abri os olhos devagar e constatei que a gente devia ter se mexido bastante durante a noite, porque não estávamos mais na mesma posição.

  Agora Frank estava com as costas aninhadas em meu peito. Meus braços envolviam sua cintura e suas mãos estavam sobre as minhas. Suas pernas copiavam o posicionamento das minhas e, enquanto eu observava tudo isso, ele se mexeu e eu pude entender plenamente a dorzinha que eu sentia.

  Aparentemente, devido à nossa proximidade, toda vez que ele se mexia durante a noite, seu corpo chegava um pouco para trás e ele acabava roçando sua bunda em meu membro, de forma que eu estava tendo uma pequena ereção.

- Droga..- murmurei, irritado com a situação. Tudo o que eu podia fazer agora era correr até o meu banheiro e me livrar logo de todo esse incômodo (o que era um grande desperdício, na verdade..), então levantei correndo da cama, decidido a voltar logo para o meu quarto.

  Segundos depois, Frank se revirou e começou a resmungar algumas coisas incompreensíveis até que suas palavras começaram a fazer sentido.

- Gee...- ele praticamente gemeu meu nome, o que pirou bastante a situação em que eu me encontrava.- Cadê você? Volta pra cama...

- Hm..eu..er..eu..

- Tá frio sem você..- Só agora eu reparei que a gente dormiu sem nenhum tipo de cobertor e ele estava usando apenas uma camisa cinza e uma boxer preta..- Volta logo pra cá..

  Ele tinha a voz tão manhosa que eu estava cogitando seriamente obedecer e me deitar, afinal, ainda era bem cedo. Quando ele sussurrou um "Por favor, Gee.." com a voz ainda mais grave que o usual eu me rendi e deitei de novo. Não demorou muito para que ele se aproximasse, agora virado de frente para mim, mas ainda de olhos fechados.

  Logo, quase toda distância entre nós tinha sido eliminada e aquilo aumentou meu desconforto.

  Ele levou uma mão até meu rosto e o afagou suavemente com o polegar. Eu fechei os olhos brevemente, me concentrando apenas naquele carinho e quando os abri novamente vi que Frank me observava com um grande sorriso estampado no rosto.

  Ele levou sua mão até a minha e a colocou em sua cintura, depois posicionou uma perna entre as minhas novamente e afastou algumas mechas do meu cabelo que caíam em meu rosto. Seu olhar era penetrante demais e eu sentia minhas bochechas começarem a queimar aos poucos. Ele soltou uma risadinha adorável e continuou mexendo em meu cabelo enquanto eu sentia meus olhos pesarem cada vez mais.

  O problema é que eu não queria dormir.

  Não agora, com Frank me olhando desse jeito.

  Concentrei todas as minhas forças em tentar manter os olhos abertos e o sono distante e até que não era tão difícil quando tinha um par de orbes cor de âmbar fixos em mim.

- Você não vai dormir? - ele perguntou em um tom baixo e eu apenas neguei com a cabeça. Ele sorriu. - Então...

- Então...?

- O que você quer fazer? - ele se aproximou e roçou nossos narizes.

- Frank..

- O quê? Foi uma pergunta bem simples.

- Você mesmo disse que estava confuso sobre isso..

- Eu posso ter mudado de ideia.

- Em algumas horas? Acho bem improvável.

- Ah, qual é! Vai fazer o quê? Fingir que não acordou todo animado hoje?

- A culpa não é minha se você não se comporta nem pra dormir! - ele riu e mordeu o lábio inferior.- Porra..

  Ele riu de novo e eu me dei conta de que tinha falado isso em voz alta.

- O que? Não gosta quando eu faço isso? - ele mordeu o lábio inferior de novo e minha respiração saiu mais pesada..

- Er...- ele aproximou nossos rostos e roçou a superfície gelada do piercing em minha boca.- Frank.. Você não acha melhor...- ele selou nossos lábios demoradamente.

- Nem ouse me pedir pra parar agora..- ele falou com os lábios ainda colados nos meus e iniciou um beijo calmo e suave que logo se transformou em algo bem mais intenso.

  Ele deitou seu corpo sobre o meu e voltou a bagunçar meus cabelos enquanto eu me concentrava em explorar cada parte de sua boca, com as mãos apertando sua cintura.

  Virei seu corpo sobre a cama de forma que eu ficasse por cima e rocei nossos quadris. Ele liberou um gemido abafado e deslizou uma mão pelas minhas costas, até para sobre a minha bunda. Suas mãos se enroscaram na minha calça e ele começou a deslizar o moletom, enquanto virava o corpo gradativamente para o lado, a fim de ficar por cima novamente.

  Nós só não contávamos com o fato de já estarmos na beirada da cama...

  Caímos com um baque estridente no chão. Rompi o beijo com um grande e alto "Ai!" e ele me olhou assustado.

- Ai meu Deus, Gee, tá tudo bem?

  Como ele estava nos virando na cama, eu caí de costas no chão. Absorvi todo o impacto dele, já que suportava o peso de seu corpo, então ele aparentemente não tinha sofrido nada. Eu, por outro lado...digamos apenas que eu estava me sentindo como um velho de 90 anos.

- Arr.. Acho que não foi nada demais..

- Será que você quebrou alguma coisa?- ele finalmente saiu de cima de mim e me estendeu a mão para que eu me levantasse, ainda me lançando um olhar preocupado.

- Acho que não.. Fica tranquilo. - Ajustei a calça no corpo novamente e olhei para ele, que passou de assustado para frustrado.- Acho melhor eu voltar agora..- Ele assentiu, calado e eu saí sem dizer mais nada.

  Chegando em meu quarto, fui direto para o banheiro. Um bom banho era tudo o que eu precisava agora.

  Passei o resto da manhã deitado na cama com todos os travesseiros macios que eu tinha ao meu redor tentando relaxar meu corpo o máximo possível.

  Desci para almoçar e tive a impressão que levei uns 10 anos para conseguir sentar na cadeira. Meu pai, segundo minha mãe, não se juntou à nós porque não estava se sentindo bem -ou seja, inventou uma desculpa para não ficar no mesmo ambiente que eu. Típico.

  Resolvi que precisava espairecer um pouco e fiz uma caminhada até uma praça não muito longe de casa. Apenas fiquei lá sentado em um banco vendo as folhas secas caírem no chão. Entediante, eu sei, mas o suficiente para tirar a atenção da enorme dor que eu sentia na lombar depois da queda.

  Voltei para casa e dei um beijo rápido em minha mãe quando fui procurar um analgésico antes de me dirigir ao meu quarto. Eu havia decidido, enquanto andava em passos lentos até meu novo lar, que iria visitar Frank de novo só para me certificar de que as coisas continuavam bem depois do que a gente quase fez.

  Espalmei as mãos na borda do espelho e estava prestes a entrar lá quando fui interrompido pela voz de meu irmão.

- Hey, Gerd. Tem alguém que eu quero que você conheça...

♣♣

N/a: Olá, amoras 💜

  Como está o carnaval de vocês? Aproveitaram muito?

  Eu to naquele tédio infinito mesmo, então resolvi escrever um pouquinho, o que foi muito bom na vdd, pq acho q consegui me livrar de um mini bloqueio criativo... O resultado foi esse cap aqui jskskdls

  Espero que gostem.

  Bjos de glitter 💜