Chapter 11

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  Okay, essa é a segunda vez que eu caio no chão em uma semana. Já está se tornando um hábito. Não muito saudável, aliás.

  Demorei um pouco até meus olhos conseguirem formar imagens nítidas do meu quarto. A dor no corpo que eu já sentia tinha aumentado, mas não era nada comparada à da minha cabeça naquela momento. Rolei no chão tentando me levantar e só consegui com o apoio da beirada da cama.

  Assim que me pus de pé cambaleei um pouco, mas logo consegui manter o peso do meu corpo. Fui até o banheiro e tomei uma ducha de água gelada. Não me importei em tirar a roupa primeiro.

  Me senti um pouco melhor assim que saí do chuveiro. Troquei de roupa rapidamente, destranquei a porta e desci até o banheiro principal, onde ficavam os remédios. Levei o analgésico (eu já estava acabando com a caixa. Preciso me lembrar de comprar mais..) até a cozinha, onde tomei com um copo d'água e rumei até a sala com uma grande xícara de café em mãos.

  Enquanto eu assitia a um desenho animado qualquer na televisão- no mudo, é claro- comecei a pensar que já se passavam dois dias que eu não visitava meu amigo.

  Hm...talvez eu possa passar o dia com ele.

  Só precisava de uma desculpa para me trancar no meu quarto o dia todo.

  O melhor de tudo é que agora eu podia confiar em alguém para me ajudar..

  Mikey havia saído para passar o dia na casa de Ray e disse à nossa mãe que eu iria junto. Sem ela ver, eu subi até meu quarto e tranquei a porta. Nós combinamos que, quando ele voltar, vai dizer que eu já subi e que não queria ser incomodado por não estar me sentindo muito bem.

  Álibi: confere.

  Agora tudo o que eu tinha que me preocupar era passar o dia na companhia de Frank. Assim que eu atravessei o espelho, entretanto, vi que nem tudo ia ser tão simples assim.

  Frank estava sentado em sua cama com os braços cruzados e a cara mais séria que eu já vi na minha vida. Não ousei dar nem mais um passo quando seus olhos encontraram os meus.

- F-Frank..tá tudo bem?

- Ah, não sei, me diz você se tá tudo bem.- ele começou com um tom de voz mais do que ríspido.- Ou será que você ainda não está sóbrio o suficiente pra falar alguma coisa com nexo?

- Eu não estou entendendo... Isso tudo é só porque eu gosto de beber?

-" Só porque eu gosto de beber " ? Você só pode estar brincando! Você chama aquilo de gostar de beber?

-Eu..

- Você sabe como é acordar e ver um cara jogado no chão com um garrafa e não poder dar um passo a mais pra ajudar? Huh? Sem saber se ele tá realmente bem?

- Frank..

- Não, você não sabe. E deixa eu esclarecer pra você, é a pior sensação do mundo se sentir um completo inútil.

- A culpa não era sua..

- Não me interessa de quem é a culpa. Eu não quero mais ver você bebendo desse jeito.

- Não é tão facil..

-Claro que é fácil. Só não compra mais a porra da bebida.- Havia claramente algo a mais em sua voz para todo esse estresse, mas eu resolvi não contrariar e apenas assenti. Ele já tinha se levantado nesse ponto da conversa, mas ainda mantinha uma boa distância de onde eu estava.- E outra coisa, como você fica dois dias inteiros sem aparecer aqui?

Honey... /Frerard/Onde histórias criam vida. Descubra agora