As borboletas existem sim!

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Por Zoey Sullivan - Férias de verão 2000

Eu adoro viajar com meu papai, minha mamãe e meu irmão também, apesar dele ser um chato e sempre puxar minhas tranças. Dessa vez, papai nos levou para o Hawai e foi incrível, eu nunca tinha ido a um lugar tão bonito e cheio de cores, mas o mais legal foi conhecer os amigos do meu pai. Eram muitas crianças e sempre fomos só meu irmão e eu, adorei ver como eles se entendiam e se davam bem. Um menino do tamanho do meu irmão, loiro e de olhos azuis, fez meu coração parar e eu sentir como se borboletas voassem no meu estomago e desde o momento que o vi, não conseguia me afastar dele, mesmo tendo que aturar o chato do meu irmão.

Em nosso último dia de férias, estávamos brincando na areia, construindo castelos e Adam me ajudava trazendo água e montando o castelo. Eu estava toda suja de areia, da cabeça aos pés e mamãe nos gritou para o almoço. Então foi quando meu coração parou, Adam se aproximou e passou a limpar a areia dos meus cabelos e meu corpo todo e, depois de limpar meus cabelos, ele afastou uma mecha da minha testa e, me olhando de um jeito que nunca mais esquecerei, beijou minha testa e eu gostei...


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Treze anos depois...

      Terminei de empacotar minhas coisas, apesar de mamãe prometer que meu quarto não será mexido e eu acredito porque ela ainda guarda todas as coisas de papai, mesmo ele tendo falecido há dez anos. Meu irmão cursa Medicina e eu escolhi ser professora. Mamãe está inconsolável pela minha escolha, mas prefiro assim.  A única coisa que a fez amenizar minha escolha foi o fato de estar indo para a mesma faculdade do meu irmão.

Desço na rodoviária e encontro o bobão com uma plaquinha na mão me esperando, até parece que não o reconheceria mesmo na multidão de gente que tem aqui.

- Nossa peste, por que ficou tão bonita assim? Ainda bem que nossos alojamentos são afastados, eu não suportaria os otários da minha turma em cima de você.

- Até parece que os homens gostam de ruivas, ainda mais cheias de sardas e pequenas como eu.

- Ainda bem que pensa assim e foque em seus estudos maninha.

Meu irmão sempre exagera em tudo, até parece que algum amigo me olharia de um jeito mais romântico. Sou sem graça e muito laranja, nenhum homem se interessaria por mim e, mesmo que pareça idiotice ainda sonho em reencontrar o menino da praia daquele verão de férias no Havai.

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Quatro anos depois...

Minha formatura finalmente aconteceu e, como gostamos de Nova Iorque, decidimos ficar por aqui mesmo para desespero da nossa mãe. Mas, mesmo depois de insistirmos que não precisava, fez questão de comprar o lugar em que moraríamos. O apartamento que ela comprou fica em Washignton Heights e tem quatro quartos e dois banheiros, bem arejado e super clean e muito espaçoso também para alguém como eu, porém sua alegação é que em breve Collin se mudará para Nova York e dividiremos o mesmo espaço e meu irmão precisa de bastante espaço.

    Na verdade, eu preferia um apartamento menor e só meu, mas já é um sacrifício ela ter me deixado vir estudar e morar sozinha aqui que jamais abriria mão de me obrigar a morar com Collin, fazer o que neh?! O melhor de todo o lugar é a vista maravilhosa para a ponte GW e também a segurança oferecida pelo prédio, afinal como diz mamãe, uma moça sozinha irá morar ali. Deixei que mamãe decorasse o apartamento do jeito dela, pois assim eu conseguia acalmar seu coração, a única exigência que fiz foi que dois dos quartos deveriam se tornar escritórios, um para mim e outro para Collin.

Meu Ponto De EquilibrioOnde histórias criam vida. Descubra agora