Por Adam Cooper
Tio Alex me ajudou a me vestir enquanto tia Olie aplicava algo em meu braço, que provocou uma sonolência incontrolável. Acabei adormecendo com o rosto de Zoey me trazendo um certo conforto.
- Eu sabia que isso aconteceria cedo ou tarde, ele não está nada bem Noah.
- Eu sei Alex, mas não podemos obrigá-lo a fazer algo que ele não quer.
- Você sabe o quão perigoso ele se tornou para Zoey, não sabe? Não podemos deixar que ele...
- Eu sei tá legal? Eu devo isso ao pai dela, jamais deixaria meu garoto machucá-la como ele fez hoje.
Ouço sussurros do meu pai com tio Alex e pelo que percebi, o assunto sou eu e minha marrentinha. Acordo ainda sonolento e com um gosto horrível na boca, meu pai vem até mim e pede que tio Alex chame minha mãe, tento entender o que ele diz, mas minha cabeça está bem confusa e a única coisa que preciso nesse momento é saber onde Zoey está.
- O que aconteceu pai? Onde está a Zoey?
Minha mãe entra, senta na beira da cama e me abraça em seguida, perguntando como estou me sentindo. Toda essa atenção me deixa confuso e sem saber o que está acontecendo. Decido perguntar minha mãe que me responde com uma pergunta:
- Você não se lembra do que aconteceu uns dias atrás?
- Dias atrás? O que aconteceu? Onde a Zoey está?
- Ela está no hospital, filho.
- Hospital? O que aconteceu? Ela sofreu um acidente? Nós sofremos? Por que eu não estou com ela no hospital?
- Se acalme e tente se lembrar do que aconteceu.
Meu pai disse isso e sentou a meu lado, colocando a mão no meu ombro. Eu abaixei minha cabeça e memórias de dois dias atrás me invadem, me deixando um pouco zonzo. Eu segurei o pescoço dela, eu a segurei no alto apertando forte seu pescoço, mas o interessante é que me via fazendo isso, mas não me via a machucando. Eu apertava o pescoço do desgraçado que todos dias me torturava naquela sala molhada e escura...
- Meu Deus!? O que foi que eu fiz? Eu a matei?
- Não meu amor, ela está em coma, mas aparentemente está bem. Precisamos agora, só esperar ela acordar do coma.
- Coma? Eu a deixei em coma? O que eu fiz, mãe? Eu me transformei em um monstro.
Me joguei em minha cama, afundei meu rosto no travesseiro e chorei, na verdade, eu gritava, chorava, como se minhas lágrimas pudessem lavar minha alma quebrada e atormentada. Nem mesmo durante o tempo em que passei sendo torturado de todas as formas cruéis possíveis, eu chorava, nem mesmo quando eu a reencontrei, sabendo que ela havia novamente voltado para mim, eu chorei. E agora, como se toda emoção guardada de todo momento ruim que vivi, me dominasse, eu chorei. Chorei por mim, por ela e por nós. Chorei por ter certeza, que, mesmo sendo ela o que preciso para ser feliz, eu não era mais o que ela precisava. Eu era na verdade, um quebrado, fudido e perdido, que não merecia mais a confiança de ninguém que me amava mais.
- Eu preciso vê-la, nem que seja uma última vez.
- Você vai vê-la, mas primeiro preciso que descanse e se recomponha. Ai depois, vamos te levar para vê-la.
Voltei a dormir, mesmo sendo essa, a ultima coisa que queria no momento...
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Por Zoey Sullivan
Devo ter pegado uma gripe muito forte, porque engolir está horrível e dói sempre que tento até mesmo minha saliva. Meu corpo todo dói na verdade, como se eu tivesse levado uma surra, ou caído de uma escada bem grande.
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Meu Ponto De Equilibrio
ChickLitAdam Cooper e o segundo filho de um lar cercado de amor por todos os lados, seus pais se apaixonaram ainda na infância e seus irmãos seguiram o mesmo caminho, cabendo a ele o papel de ovelha negra da família. Ele acredito que o amor deixa as pessoas...