Capítulo 22

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"Seu braço ainda tá sangrando." Constatei, enquanto trocava as bandagens. "Dez dias sem sinal de cicatrização? Tô preocupado, Dylan. Vou ter que chamar aquele-que-não-deve-ser-mencionado."

"Voldemort?" Dylan sorriu com o canto do lábio.

Eu ri.

"Você assistiu mesmo todos os filmes do Netflix." Falei, amarrando as pontas do curativo novo. "Mas você sabe que estou falando do Michel."

"Prefiro o Voldemort." Ele bufou e levantou do sofá, me deixando sozinho. Tentei argumentar e ele logo me cortou. "Não quero ele aqui. O idiota veria sua barriga, e além do mais... ah, esquece."

Eu avermelhei, e preferi não perguntar. Se Dylan podia detectar meu medo e minha solidão, certamente podia detectar outras coisas. Apesar disso, minha intuição dizia que afastar Michel seria uma burrice tremenda. Ele era meu melhor amigo, e quem mais me ajudaria sobre o parto?

"Eu nunca faria nada pelas suas costas." Encolhi-me no sofá, com o rosto baixo. "Podemos por favor limpar a ficha dele?"

Dylan roubou-me um beijo com seus lábios secos.

"Agradeço a preocupação, meu predestinado, mas você é o único necessitando cuidados. Realizada a fecundação, é função de um alfa realizar qualquer desejo de seu ômega."

Eu bufei, tentando relevar a implicância com o Michel, mas já começava a ficar difícil. Dylan sempre conversava sobre a gestação, mas nunca nem mencionava o parto. Eu queria alguém um médico de confiança no grande dia, e quanto a isso eu não iria discutir.

"Não começa com suas frases complicadas. Se quer mesmo me agradar, prepare logo aquele camarão na moranga. E coloque queijo de cabra, hoje acordei morrendo por queijo de cabra."

"O que é uma cabra?"

"Você não sabe? Aliás, não importa. Peça pro balconista lerdo do supermercado." Sentindo uma enxaqueca vir, eu gesticulei para que Dylan fosse logo.

Dylan suspirou tristemente. Ele parecia tão pra baixo ultimamente, e eu não via o motivo. Se pelo menos ele conversasse comigo, mas ele preferia ser um gostosão seminu que só falava de predestinado isso, e predestinado aquilo.

Eu abracei o torso gostoso do Dylan e beijei-lhe a linha das costas.

"Quer saber, esquece o almoço. Que tal você deitar aqui, e eu te faço uma massagem?" Perguntei.

Dylan gemeu baixinho para o meu toque em seu corpo, e sorriu para mim com uma sobrancelha arqueada.

"Você, me massageando? O gestante é você, meu predestinado. Eu nunca pediria nada que lhe cansasse."

Eu subi os beijinhos até o ombro e o abracei apertado, beijando a curva do pescoço. Algo parecia errado com a pele do Dylan. Ela parecia pouco elástica, não sei. Talvez fosse impressão minha.

Disposto a arrancar mais gemidinhos do meu namorado gostoso, eu sussurrei em seu ouvido.

"Deita aqui, que eu vou buscar os óleos. Esteja peladinho quando eu voltar." pedi, todo manhoso.

Acho que enfim agradei o Dylan, porque ele deitou-se de bruços ao longo do sofá e ficou me olhando por cima dos braços, parecendo meio desconfiado.

Eu mordi o lábio de baixo e corri para o nosso quarto em busca dos óleos. Isso seria tão divertido.

"Voltei, Dylan." Agitei no ar o meu frasco favorito, de óleo de hibisco. Dylan realmente livrou-se da sunga azul, e me aguardava com aquela bunda linda e redonda empinada para o alto. "Nossa, você tá muito, muito sexy. Não concorda, Hian?"

O Amante Do Tritão (AMOSTRA)Onde histórias criam vida. Descubra agora