Capítulo 29

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Assim que sentei à mesa de jantar Dylan me serviu o sorvete direto no pote, todo enfeitado com tubinhos de biscoito e um coração no centro, feito com calda de chocolate.

"Feliz trinta e seis semanas!" Falou Dylan, espremendo um 36 de calda de chocolate do centro do coração.

Eu lambi os lábios para todo aquele sorvete, embora estivesse meio encabulado. Trinta e seis semanas... eu nunca entendi porque as mulheres contavam dessa forma, mas ver o número aumentar a cada sete dias era tão fascinante quanto assustador. Meu parto seria realizado com trinta e oito semanas, ou seja, em apenas catorze dias.

Ao mesmo tempo em que a palavra cirurgia me apavorava, eu também mal podia esperar para conhecer o pequeno Hian.

"Obrigado, Dylan." Eu sorri para meu lindo namorado, já me enchendo de sorvete.

O geladinho descendo ao estômago era um alívio enorme, considerando que meu corpo todo inflamava pela pressão do bebê, e pelo esforço em todas as minhas juntas. Michel considerou receitar analgésicos, mas preferi não arriscar pois era impossível saber que remédios o pequeno Hian aceitaria. Meus dias se tornaram uma luta constante contra o desconforto e a dor.

Me lembrando que nem tudo na minha rotina era desgraça, Dylan me abraçou por trás e beijou a curva do meu pescoço, descendo um arrepio gostoso pela minha espinha.

"Posso buscar os óleos de massagem, meu amor?" Perguntou ele, com um olhar tão apaixonado quanto predatório.

Eu adorava me sentir tão desejado. E adorava ainda mais que a paixão do Dylan não tivesse diminuído, mesmo quando me transformei num balão horrível. Diferente do que acontecia às mulheres grávidas eu não ganhei peso algum exceto, óbvio, na minha barriga. Mas meus hormônios decidiram reter todo o líquido do meu corpo, então talvez eu fosse o verdadeiro peixe-boi.

Pela minha cara, Dylan nem precisou aguardar a resposta, ele subiu ao nosso quarto e logo voltou com meu óleo favorito. O aroma era uma mistura de frutas meio infantil, mas eu gostava do cheiro doce de cereja.

Eu me arrastei ao sofá como um velho de 200 anos e deitei de barriga para o alto, dando uma longa arfada de cansaço. Meia hora de massagem, seguida de uma tarde na piscina assistindo televisão, e talvez eu terminasse o dia sem me sentir abraçado num cacto.

Falando em terminar o dia... que merda, eu precisava contar ao Alisson, e ainda não sabia a surpresa dele. Com todo o sofrimento que eu já passava, eu não precisava ter ansiedade adicionada à minha lista de problemas.

Dylan ergueu meus tornozelos e sentou, descansando minhas pernas sobre seu colo. Felizmente nunca recebíamos visitas, porque inchei tanto que nada mais me servia. Eu andava pela casa de cuecas ou pelado, para a alegria do Dylan. Naquele momento eu vestia uma cueca branca comum, que desaparecia embaixo da jaca madura que se tornou o meu ventre.

"Como estão as dores, hoje?" Dylan despejou o óleo geladinho abaixo do meu umbigo e espalhou com a outra mão, até a minha barriga brilhar.

"Horríveis. E os meus joelhos incharam tanto que..." Eu mordi o lábio, lembrando do deboche do Alisson. "Pensando bem, vamos falar de outra coisa. Tô resmungando demais para alguém de dezoito anos."

Dylan sorriu para mim de um jeito fofo, lambendo seus lábios carnudos. Tudo naquele homem era como oxigênio pra mim. Olhar para aquele peito sólido e para as ondinhas do cabelo escuro me fazia sentir melhor, como se arfasse por ar após um longo mergulho.

Quando terminou de massagear minha barriga, Dylan beijou meu umbigo saltado e desceu as mãos, passando a massagear minhas coxas. Seus dedos eram fortes, e ao mesmo tempo suaves. Dylan sempre usava a pressão perfeita nos músculos que mais precisavam de atenção, e eu sentia que não era apenas coincidência ou um talento natural para massagista. Havia algum poder no Dylan que eu desconhecia, eu sentia que sua ligação em mim era muito maior do que ele deixava transparecer. Algo que talvez superasse a compreensão humana.

O Amante Do Tritão (AMOSTRA)Onde histórias criam vida. Descubra agora