Assume que me Ama

Vida nova????

Ysabella**

Depois de uma manhã particularmente interessante e curiosa na Faculdade, eu precisava dar rumo a minha vida! Eu estava assim, "sem eira e nem beira". A todo momento eu pensava se eu não havia feito uma grande burrada em sair do conforto de minha casa para enfrentar a cidade grande, e sozinha. Não, eu estava no lugar certo e fazendo a coisa certa!  Eu precisava repetir isso pra mim o tempo inteiro. Eu vou sobreviver!

Há duas semanas atrás eu havia descoberto da traição do meu namorado, pra mim foi um grande choque porque eu realmente o amava. Ele foi meu primeiro namorado e estávamos juntos a um ano. Danilo era quatro anos mais velho. Quando começamos namorar eu tinha 15 anos e ele 20. Eu ainda estava no ensino médio quando ele ja estava na Faculdade. Nos conhecemos quando ele começou fazer estágio na clínica veterinária do meu pai. Eu sempre ia com meus pais para a clínica e tudo o que eu sei, eu aprendi com meus pais, por isso, eu entendo muito do assunto. Mas o caso é que quando Danilo chegou nos tornamos muito amigos, depois que eu chegava do colégio eu ficava na clinica e geralmente era ele quem estava lá, então ele me ensinava muita coisa também.

Dois anos se passaram e nossa amizade foi tomando rumo diferente. Ele começou me chamar pra sair, ia na minha casa com mais frequência fora do horário de serviço até que um dia ele se declarou pra mim. Eu desconfiei no começo, porque ele era mais velho, estava na faculdade e lá deveria haver mulheres muito mais bonitas e interessantes do que eu. Mas ele era tão atencioso, carinhoso que eu comecei acreditar nele e comecei ver ele com olhos diferentes, não mais como amigo, mais como um cara que pudesse ser meu namorado. Então aceitei namorar com ele.

Meu país em nenhum momento foi contra o nosso namoro, ao contrário, dava total apoio, dizia que seria bom namorar um rapaz mais velho, pois assim cuidaria melhor de mim. Papai e mamãe adoravam o Danilo,  ele sempre foi muito responsável, um rapaz inteligente, trabalhador e de boa família. Estava sempre presente, me levava pra sair, me levava na casa dos pais dele, ia na minha casa, além de trabalhar junto com meus pais e comigo também. Enfim, ele era perfeito.

Não esperava a traição, eu nunca imaginei isso dele. Nós nos amavamos. Não havia planos para o futuro, porque eu sempre dizia que em primeiro lugar vinha meus estudos e depois eu pensaria em casamento, família, filhos. Ele concordava e me dava total apoio. Mas Danilo era um cara pra casar, eu poderia me casar com ele depois dá faculdade, mas tudo que é bom dura pouco.

Eu confiava plenamente nele, a traição me tirou o chão e a última coisa que eu queria era ficar perto dele, ter que ver ele, conviver com ele. Depois de tudo o que aconteceu, meus pais perdoaram ele e disseram que não iam dispensar o Danilo dá clínica, pois logo nós estaríamos juntos de novo. Aquilo pra mim foi o cúmulo, meus pais não estavam do meu lado, será que eles não percebiam o quanto aquilo me machucava? Eu estava triste, arrasada, eu estava sendo incompreendida, e depois de tudo ainda fui acusada de imatura, que não sabia resolver as coisas conversando.

Tive ótimas notas no vestibular, mais ainda não tinha escolhido onde estudar. A melhor coisa que eu poderia fazer era vir pra capital, estudar longe de tudo e de todos. Eu precisava de um tempo. Quando falei pro meu pai que eu viria pra capital, foi a maior briga. Foi um caos. Meu pai não aceitou, não me deixou vir e me fez um monte de ameaças. Mas eu precisava sair, não me importava se eu teria que me virar sozinha sem o apoio de ninguém. Eu não ia ficar lá pra ver meus pais apoiando meu ex namorado e me chamando de imatura.

Quando comuniquei meus pais sobre a Faculdade, eu já havia feito minha matrícula, pagado um ano antecipado e tinha arrumado um hotel perto da faculdade. Abri outra conta no meu nome e transferi todo meu dinheiro pra lá, pois eu sabia qual seria a primeira coisa que meu pai faria, ele não me daria mais dinheiro e bloquearia minha conta, só pra mim não ter como ir. O dinheiro que sobrou não era muita coisa, mas daria pra me manter por algumas semanas, talvez meses.

Então agora eu estou aqui no hotel. Lembrando de como vim parar nesse lugar e a reviravolta que minha vida deu em poucas semanas.

Já eram duas horas da tarde e eu ainda não havia almoçado.A única coisa que estava me sustentando era um sanduíche natural que eu comi na Faculdade. Mas eu não estava com fome, meu cérebro decidiu por não ouvir mais meu corpo, meus problemas eram outros. Preciso de um lugar pra ficar, alugar uma apartamento ou uma casa. Como ainda estou com medo da cidade grande, acho que um apartamento é mais seguro. Preciso comprar uns móveis e  principalmente arrumar um emprego. Ai Senhor, me ajuda!!

Decidi sair pelas ruas buscando um alguma coisa, não sei exatamente o que. Fui até a recepção do hotel, peguei alguns jornais e comecei folhear, talvez houvesse algum anúncio de emprego ou de apartamentos perto da Faculdade. De repente tive a ideia de perguntar pra recepcionista se ela não sabia de nada, talvez estivessem precisando de alguém aqui mesmo no hotel. Seria muita sorte, eu sei, mas não custa tentar.