03.

1.1K 204 225
                                    

Acorde, maninha. — Tyler riu, satisfeito. — É hora do seu primeiro dia de aula do último ano.

Eu suspirei pesadamente contra o travesseiro e sentei-me ereta na cama, buscando acordar meu corpo, e minha mente. O primeiro dia de aula nunca era fácil, principalmente para aqueles que vieram de outro país, de outra cidade, ou que eram novos na escola. Os amigos encontravam-se e contavam um para o outro como o verão correu de onde estavam. Os professores apresentavam-se e diziam se seguiam a linha rígida ou brincalhona. Era trágico para os "calouros", já que os grupos em sua maioria já estavam formados.

Calouros como eu.

— Particularmente, eu acho que o último ano é o mais longo. Você tem mais aulas e aulas à tarde. As provas não são de muita importância, mas há sempre os deveres de inúmeros livros de exercícios.

— Tyler, pare de aborrecer sua irmã. — papai pediu, ao passar pela porta e começar a afastar as cortinas para que a luz chegasse até nós. — São sete horas da manhã.

Meu irmão rolou os olhos.

— Já que você pediu com jeitinho, Charles. Só estava dando dicas para Alex sobre como sobreviver ao último e mais prazeroso ano do ensino médio.

Joguei a coberta para o lado com certa brutalidade e apontei o dedo indicador para a porta.

— Fora.

Tyler assoprou um beijo em minha direção e atravessou a batente antes que eu pudesse lançar um travesseiro em seu rosto. Papai andou até mim, risonho, e acariciou-me os cabelos.

— Está nervosa?

Eu dei de ombros e desvencilhei-me de suas mãos, andando em direção ao closet com a arrumação não finalizada. Olhei para fora da janela, tentando adivinhar o clima, e estreitei os olhos, puxando um jeans de lá.

— Um pouco ansiosa.

— Está brava comigo?

Suspirei e virei-me em sua direção.

— Eu não poderia, pai. É uma ótima oportunidade para você, eu entendo isso.

— Então não está magoada por eu te tirar de perto de seus melhores amigos, de Hans, e do seu último ano... — ele riu. — Como é que você dizia, quando pequena?

O ano mais magnífico e cheio de oportunidades. — nossas vozes soaram juntas, e nossas risadas também.

— Está tudo bem. — assegurei. — Eu juro.

Ele aproximou-se e ergueu o mindinho da mão direita.

— Juramento de escoteiros?

Eu sorri, entretida, mas enganchei meu dedo no seu.

— Nós não somos escoteiros.

Ele sorriu de volta, e beijou meu rosto.

— Não demore, meu bem, eu fiz panquecas de chocolate para você. Para dar sorte.

Depois de vinte minutos, eu estava devidamente vestida de acordo com o clima de Seattle. Que era chuvoso e frio, na maior parte de seus dias. Assim que cheguei ao topo da escada, senti o aroma de café fresco, panquecas e bacon, e meu estômago roncou, então apressei-me até cozinha. Quando cheguei, observei Tyler digitando furiosamente algo em seu computador. Dedinhos nervosos, era como eu costumava chamá-lo. Papai manejava a panela e jogava as panquecas para cima, enquanto mamãe lia uma Vogue e esperava seu café.

— Isso é exibicionismo. — zombei.

Ele sorriu com eloquência, e adicionou mais uma panqueca ao prato.

A Teoria do Caos.Onde histórias criam vida. Descubra agora