07.

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Céus, ele é lindo.

Não é cruel? Não é cruel que meu professor de Química fique tão bem em um jeans skinny? Aquelas calças eram realmente apertadas. Seu pênis não ficava desconfortável? Hunter estava bonito. No duro mesmo. Ele usava uma camisa xadrez azul que realçava seus olhos. E estava com as sobrancelhas erguidas, como que perguntando-me em que estou pensando ou porquê estou olhando tanto. Ele não fazia ideia.

Hughes abriu aquela maravilhosa boca rosada, presumo eu que para pedir-me desculpas pelo ocorrido, mas um carinha da minha classe apareceu super animado, balançando uma sacola preta e pequena em mãos.

— O que me diz, Dawson? — ele sorriu, sugestivo. — Quer ser a senhora das chaves?

O senhor ou senhora das chaves desempenhava o árduo papel de guardar as chaves de todo mundo durante as festas, e tirá-las das mãos dos bêbados que quisessem dirigir. Simples, mas efetivo.

O professor Hughes pressionou os lábios e alcançou a sacola da mão do garoto, que deu de ombros e voltou para seu grupo de amigos, amigos esses que gritaram em pura animação ao recebê-lo de volta. Eu sorri, distraindo-me do fato de que estava molhada. Questionei-me se o DJ que estava tomando conta do som adorava Nothing But Thieves, porque agora "Hanging" tocava em volume máximo.

— Você gosta dessa música? — Hughes perguntou, após enfiar as mãos e a sacola no bolso do casaco.

Eu dei de ombros, e coloquei o copo — cujo líquido agora habitava minhas roupas —, em cima da mesa de aperitivos.

— É uma ótima banda.

Uma rajada de vento perturbou as chamas da fogueira e fez meus olhos lacrimejarem, além de causar-me calafrios violentos. Sem pensar muito sobre o assunto, Hunter deslizou o fecho do casaco para baixo. E ao entender suas intenções, ergui as sobrancelhas em surpresa.

— Está tudo bem. — eu disse. — Você não precisa me dar seu casaco.

Ele mediu-me dos pés até a cabeça e soltou um riso seco antes de passar a língua sobre os lábios, deixando-os ainda mais rosados.

— Sua blusa está molhada. E sua saia não deve esquentar, já que veio com menos tecido do que deveria.

Estreitei os olhos e olhei para baixo: minha saia não era curta. Tudo bem, não era tão curta. Ele arrancou o casaco do corpo e estendeu em minha direção. Eu suspirei, mas acabei por aceitar. Olhei para minhas roupas com uma careta.

— Eu preciso tirá-las, ou vou morrer de hipotermia.

Hunter não respondeu, e tudo o que eu fiz foi dar-lhe as costas e sair andando. Bem, tentar sair andando. É com certo pesar que digo que todo o álcool que andei ingerindo na última hora fez efeito no mesmo maldito momento. Eu não bebia para dar problemas, nem para ficar bêbada. E eu também não era chata, eu apenas dizia absolutamente todas as coisas que passavam por minha mente. Isso era um problema.

Mas naquele momento, eu apenas ri ironicamente.

— Você é tão estranho.

Eu pude ouvi-lo suspirar pesadamente e cruzar os braços na frente do peito.

— É mesmo?

Eu concordei com o rosto como uma criança.

— Durante a semana você age como o maior palerma de todos os tempos, mas agora está me oferecendo seu casaco. Qual é a sua?

A Teoria do Caos.Onde histórias criam vida. Descubra agora