stargazing.

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· não se esqueçam de votar e comentar.

· faltam três capítulos até o final.  

· amo vocês.

           ALEXANDRA DAWSON.

— Tire as mãos da minha filha.

Esta foi a primeira coisa que papai disse quando Hunter veio para perto de nós e segurou minha mão, tentando dizer sem palavras que tudo ia ficar bem se mantivéssemos a calma. Uma vez que essas palavras escaparam da boca do cara que sempre admirei, tão grosseiras que quis gritar e dizer que aquilo não estava certo, Hughes olhou-me por um segundo ou dois, beijou os meus cabelos e recuou, mostrando por meu pai o respeito que ele não mostrou, seja quando viu Hunter pela primeira vez, seja quando começou a gritar e a dizer coisas realmente ruins sobre ele bem no meio do corredor.

Mamãe apenas assistia a cena com lágrimas nos olhos; sua mão repousava no braço direito de papai, apertando um pouco mais forte quando ele dizia coisas grosseiras demais. Eu amava tanto Hunter, mas naquele momento fui inútil. Eu fiquei chocada demais e machucada demais para dizer qualquer coisa contra o meu pai e a favor de Hunter.

Eventualmente, o meu cérebro começou a trabalhar de novo e eu percebi que a situação inteira era apenas um absurdo. Papai gritava aos quatro ventos coisas sobre Hunter que não seriam verdadeiras nem em um milhão de anos e ninguém apenas o fazia parar; alguns dos vizinhos já haviam aberto a porta para espiar e tentar descobrir o motivo de tamanho escândalo.

— Ele é um homem velho que quer se aproveit-

— Pai, é o suficiente. — cortei sua fala, e apenas quando falei percebi quão fria minha voz soou. — Eu tenho certeza de que você tem muito mais a dizer e mal posso esperar para ouvir tudo, mas você está ofendendo o meu namorado e atraindo a atenção das pessoas.

Papai ficou vermelho de raiva, tão corado que parecia que podia explodir a qualquer momento; e eu o amava, ele sempre foi um ótimo pai, mas, naquele momento, quis que ele explodisse e nos deixasse em paz.

— Seu namor-

— Você gostaria de entrar para conversar civilizadamente ou vai embora?

Algo como um grunhido raivoso escapou por seus lábios; ele murmurou que só sairia dali comigo ao seu lado e finalmente calou-se. Seu silêncio foi poesia. Eu inspirei e expirei profundamente na tentativa de acalmar os nervos, afastei a porta para dar-lhes passagem e forcei um sorriso; de soslaio, pude ver Hunter alcançando peças de roupas jogadas no chão e enfiando dentro da geladeira. E em qualquer outro momento eu teria rido, mas meu pai estava na porta, sendo mais desrespeitoso e grosseiro comigo do que jamais foi e eu apenas não pude fazê-lo.

— Suponho que devemos fazer um pouco de chá, então?

Enquanto papai entrava resmungando que não queria beber nada que viesse daquele "bastardo", mamãe encolheu os ombros como quem dizia que não se importava realmente se haveria chá ou não. Eu sinceramente não pensei que poderia ser culpa dela. Ela não podia simplesmente ter dito isso a ele. Nós sempre nos amamos e confiamos uma na outra, certo? Por que ela arruinaria isso? Eu olhei para o sofá que havia sido vítima do meu amor com Hunter e suspirei.

— Vocês podem se sentar. Eu vou-

— Você vai ficar bem aqui, mocinha. Não vai sair da minha vista. Não de novo.

Eu inspirei fundo e observei Hughes retornar da cozinha com duas xícaras de chá; ele disse-me uma vez que não havia nada que uma boa xícara de chá não pudesse resolver; sempre achei que ele estivesse certo; pelo menos, até agora. Hunter largou as xícaras em cima da mesa e parou ao meu lado, mais sério do que nunca.

A Teoria do Caos.Onde histórias criam vida. Descubra agora