indian summer.

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                 Alexandra Dawson.

O relógio estava prestes a marcar sete e meia, e Hunter Hughes ainda estava na escola. Eu havia deixado Maxine e Alfie em casa após o menor terminar de tomar seu gelado, e tomei o meu caminho para o edifício estudantil. Quando estacionei o Cadillac no meio fio da escola e desci do carro para encontrá-lo, eu quis rir ao finalmente enxergá-lo sob o céu noturno. Ele estava encostado em uma das pilastras: os braços cruzados, as feições estressadas e os lábios presos em um bico emburrado, como um típico adolescente frustrado. E tudo isso desapareceu quando ele viu-me se aproximar.

Ele desgrudou da pilastra, descruzou os braços e suavizou o rosto enquanto caminhava em minha direção, encontrando-me no meio do caminho. Alcancei uma das pastas pretas que ele segurava, que pareciam pesadas, e sorri. O canto de seus lábios ergueu-se em apreciação enquanto eu o guiava de volta para o carro.

Hunter ergueu ambas as sobrancelhas em surpresa ao ver o Cadillac, e eu dei de ombros.

— É de Tyler.

Enquanto ele abria a porta do carro e aconchegava-se no banco carona, eu coloquei sua pasta no banco traseiro. Hunter repetiu a ação com sua mochila e com o restante das pastas. Chamei suavemente seu nome quando ele estava prestes a atravessar o cinto de segurança por seu corpo. Ele voltou o rosto em minha direção, e eu pousei a palma de minha mão em sua bochecha.

Ele era lindo. Era lindo com olhos cinzentos singulares, as bochechas coradas pelo esforço que fez, e camisa preta de mangas compridas justa nos ombros. Hughes tinha vinte e oito anos, apesar de parecer um adolescente cujas pernas cresceram demais.

— Oi. — saudei, finalmente.

Arrastei o polegar carinhosamente por sua bochecha, e sorri antes de puxá-lo para perto, pela nuca. Pousei os meus lábios abertos sobre os dele, e eu os fechei lentamente. Eu passei meu braço livre por suas omoplatas, e o abracei. Hughes abriu meus lábios com os seus, e arrastou o polegar por meu queixo, descendo até o meu pescoço e depois segurando-me firmemente pela nuca. Firmei o aperto de meus braços ao seu redor, e suspirei durante o beijo. Beijar Hughes era aceitar o gosto constante de doces de menta, nicotina e café.

Eu prendi seu lábio inferior entre meus dentes e puxei-os levemente. Hughes pareceu amolecer e relaxar um bocado quando sorriu contra minha boca. Eu sorri de volta, e houve uma confusão entre lábios e dentes. E eu o teria beijado novamente se o toque de seu telemóvel não tivesse ecoado irritantemente pelo carro.

Hunter torceu o nariz em reprovação, e deixou um beijinho casto e rápido em meus lábios antes de puxar o celular para fora do jeans skinny. Enquanto ele atendia a ligação, eu liguei o carro e acelerei.

— Sculler, aguente mais um pouco, nós já estamos indo. É, nós. Alex acabou de me pegar na escola.

Literalmente.

Hunter captou o meu sorriso insinuante e rolou os olhos, mas sorriu também. Ele trocou mais algumas palavras com Sculler antes de finalizar a chamada. Um suspiro cansado escapou de seus lábios, e ele aconchegou-se mais no banco de couro.

— Nós teremos que passar em algum posto antes de irmos até ele, e comprar um galão de gasolina.

— Sim, senhor. — disse, brincalhona.

Ele olhou-me com o canto dos olhos, e sorriu. Eu adorava fazê-lo sorrir. Seu dedo indicador pressionou o botão do rádio para ligá-lo, e Stereophonics soou por nossos ouvidos. Sorri, porque esta era uma de minhas canções favoritas de todos os tempos. Eu girei o regulador de volume para aumentar, e olhei para o lado ao ouvir Hughes cantarolar a música baixinho.

A Teoria do Caos.Onde histórias criam vida. Descubra agora