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               Alexandra Dawson.

Tyler disse-me que um amigo seu tinha falado sobre um bar no topo de um prédio. Um bar chamado Golden Bee. Não era um nome muito convidativo, mas o lugar era incrível. Assim que entramos, atravessamos um arco de flores brancas, e uma moça sorridente pediu nossas identidades. E após confirmar erroneamente que éramos maiores de vinte e um, deixou-nos passar. Uma outra moça de estatura menor ofereceu-se para guardar nossos casacos. Tyler quis, mas eu não. Se eu sentisse medo, poderia me encolher dentro dele, porque eu realmente não era fã de lugares altos.

A decoração era inteiramente moderna, mas havia uma Jukebox solitária em um canto do telhado que fez-me sorrir. Havia plantas, e muitas luzes distribuídas em suas ramificações. Havia também um bar com uma placa preta e visivelmente pesada onde as letras Golden Bee cintilavam em uma luz branca. E havia o barman, que chacoalhava ferozmente sua coqueteleira na tentativa de impressionar uma mulher com pernas torneadas e longos cabelos loiros sedosos. Por fim, havia mesas com sofás, que serviam como substitutos de cadeiras, e puffs para que as pessoas pudessem se sentar espalhados por todo o local.

O lugar em si era bastante silencioso. Em fato, tudo o que podíamos ouvir eram as conversas paralelas, alguns barulhos distantes de buzinas de automóveis e uma música suave que tocava ao fundo.

— Ah, não. — Tyler gemeu.

Eu olhei para ele, enfiei as mãos dentro dos bolsos do casaco e franzi o cenho.

— O que foi?

— Aquele não é o seu amigo? O carinha que você estava beijando no carro?

Eu olhei na direção que Tyler olhava, e vi Sculler, Quentin e Riles.

E Hunter.

Por Deus. Ele estava tão bonito. Estava todo sorridente e feliz. Ele usava o mesmo jeans skinny de sempre, e uma camisa com os quatro primeiros botões abertos; isso deixava à mostra o início de seu peitoral e de suas tatuagens. Ele tinha duas andorinhas desenhadas em seu peito, e um sorriso de matar nos lábios.

— Você quer ficar no bar, ou quer se sentar com eles? — Tyler perguntou.

Eu olhei para meu irmão, e vi em sua expressão o quanto ele queria que eu escolhesse a primeira opção. Eis que ele queria tirar-me do fundo de um poço que nunca entrei, e fazer-me ficar bem, então ele teria que se esforçar um pouquinho.

— Vamos lá, você precisa mesmo de novos amigos.

Ele torceu o nariz em reprovação, mas acabou por seguir-me quando comecei a andar. Eu mordia a boca, e remexia os dedos dentro do casaco, mais nervosa do que imaginei que estaria conforme aproximava-me de todos, mas especialmente de Hughes. Este acabou por ser o primeiro a notar minha presença, mesmo quando ainda faltavam bons passos para que eu pudesse alcançá-los. E ele não desviou os olhos cinzentos de mim nem por um segundo.

— Oi. — saudei.

Sculler olhou-me, abriu um sorrisão, e levantou-se de imediato para envolver-me com seus braços.

— Alex! O que está fazendo aqui?

— Tyler quis sair. — indiquei o garoto atrás de mim. — Esse é meu irmão. Esse é Sculler.

— Ei, aposto que você se lembra de mim. — Sculler disse.

— Você estava deflorando minha irmã dentro do carro, como eu poderia me esquecer de você? — Tyler ironizou.

Sculler coçou a nuca envergonhado, e lançou um breve olhar para Hughes. Hunter estava com o maxilar travado, mas um sorriso sarcástico brincava em seus lábios. Ty esticou a mão para cumprimentar Sculler, e eles fizeram um cumprimento másculo com direito a alguns tapinhas no ombro. Quentin e Riles abraçaram-me e beijaram meu rosto, e viraram-se para conhecer Tyler. Hughes analisou-me dos pés à cabeça discretamente, e sorriu um sorriso pequeno e cúmplice em cumprimento. Eu o observei levantar-se de onde estava, dar a volta na mesa e andar até nós.

A Teoria do Caos.Onde histórias criam vida. Descubra agora