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Para o café da manhã houve uma pequena comemoração pela recuperação de Ciel, mas tanto Ciel quanto Eliot estavam cabisbaixo quando todos os parabenizavam.

— O que aconteceu? — perguntou Iana com uma expressão genuinamente preocupada.

— Minha dama é assustadora — choramingou Eliot como um cãozinho sem dono.

— Elizabeth brigou conosco — explicou Ciel com sua forma impassível em público, mas todos notavam suas orelhas baixas.

Todos me olharam.

Uma garota de 1,6m de altura, cabelos castanhos presos em um coque e óculos de lentes grossas que parecia uma nerd irremediável tomando uma xicara com cafeína o suficiente para matar um urso.

Com certeza eu parecia extremamente perigosa.

Um perigo nacional.

Alguém ligasse para a polícia urgente.

— Não faço ideia do que estão falando — falei da forma mais inocente possível e ambos meus servos me olharam de forma acusadora, Ciel conseguindo olhar acusadoramente e ainda disfarçando para parecer sem ser afetado.

A forma impassível que Ciel olhava para todos era estranhamente assustadora, a forma como passava de mal humorado para aquilo era ridículo. A rapidez com ele colocava aquela mascara chegava a amedrontar qualquer um que o conhecesse, talvez eu devesse me inscrever onde ele fez as aulas de teatro.

Blake se sentou à minha frente com três livros nos braços.

— Você queria saber mais sobre história — ele falou com um sorriso — aqui está, acho que aqui tem tudo que se pode saber.

Olhei para os livros grossos que pareciam ter séculos de idade, folhas amareladas e quase quebradiças.

— Ok... — falei meio incerta, tentando sorrir tremulamente — obrigada!...

Ciel e Eliot sentaram cada um dos lados de Blake.

O rapaz parecia pequeno em meio aos dois e os dois não humanos foram veementemente ignorados por nós humanos como crianças birrentas.

Logo mais outras pessoas se sentaram na nossa mesa, aparentemente se separando em meninas de um lado e garotos de outro e a diferença de tamanho passou de ser a comparação de Eliot e Blake para Taú e Eliot, o africano era o único que podia rivalizar em tamanho com o berserker.

— Sobre o que falávamos? — perguntou Iana se entrosando facilmente na conversa e não podia deixar de invejar a sua facilidade para se enturmar.

— Sim — sentou-se Yukihime, também entrando na conversa e olhando a pilha de livros.

— Eu só pedi a Blake para me ajudar a entender toda essa situação... — expliquei — eu quero saber porque temos que ser caçados... Não quero passar minha vida como fugitiva... Não maneira nenhuma de reverter isso?

Todos ficaram em silencio por um momento, não sabia se havia feito algo de errado ou não... Será que tinha algum tabu no que falei? Mas Blake tinha me entregue os livros tão naturalmente...

Olhei toda a mesa, havia uma pessoa faltando na longa mesa de piquenique. Arthur não tinha se juntado a nós, mas pôr o que os outros disseram aparentemente ele nunca compartilhava refeições e raramente aparecia junto aos outros, todos o temiam por seu poder e pariam temer quando falavam em seu nome e por isso ele mantinha distancia de todos.

— Eu também não sei direito... — falou Yukihime com seu sotaque carregado — também gostaria de saber.

— A guerra... — começou Blake, mas então olhou envolta como se não soubesse ao certo como começar ou o que falar.

Guerras dos Magos Mestiços I - PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora