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Acabou que nós saímos dez minutos atrasados e posso dizer que Carla não parecia nada contente com isso.

— o que Carla é? — sussurrei minha dúvida a Yukihime, já que ela parecia a pessoa que mais sabia das coisas ali — quer dizer, que tipo de demo...

— eu entendi — disse a mulher das neves — e eu não sei, apenas sei que ela me dá arrepios.

Evitei rir do comentário enfadonho dela, pessoalmente eu achei hilário uma mulher das neves ter arrepios, pior seria apenas se ela dissesse ter calafrios.

Se Yukihime não sabia, então só tinha duas pessoas ali que poderiam sabe-lo: Dominik e Charles, eu não seria louca de perguntar a Dominik, logo fui falar com a única pessoa que poderia.

— hey! Charles! — chamei-o com ar conspiratório e o rapaz pareceu entrar no papel, olhando para os lados antes de se aproximar de mim em silencio — o que a Carla é? — repeti a pergunta.

Charles fez uma careta antes de responder.

— você não vai querer saber, ela é assustadora — ele sussurrou de volta para, mim.

Olhei insatisfeita para ele.

— me conte — insisti.

— e o que eu ganho com isso? — ele me perguntou com um meio sorriso.

— como assim o que ganho com isso? — eu falei alto, indignada, mas Charles apenas riu de mim.

— o que vocês estão sussurrando ai? — perguntou Ciel, se aproximando enquanto carregava uma de minhas malas.

— se quiser mesmo saber, pergunte a ela! — disse Charles enquanto se afastava pela porta, ele tinha aproveitado a oportunidade para fugir.

Eu fuzilei Charles pelas costas enquanto o observava ir embora e, ao meu lado, Ciel também o olhava.

— e então? — ele insistiu — o que vocês conversavam? — ele me olhou com irritação.

— não te interessa — eu respondi com o mesmo sentimento — eu não tenho que te contar tudo, tenho?

— ah... Na verdade eu acho que tem sim — disse ele com sarcasmo.

Eu não consegui evitar de me aproximar por suas costas e arrancar um fio de sua calda como vingança. Aquele sarcasmo mal humorado me irritava demais!

Nós fomos levados para fora, caminhamos por um dos jardins bem cuidados na parte da frente da propriedade, ou pelo menos eu achava que era.

Carla nos guiou até um patamar circular de pelo menos dez metros de diâmetro, no chão haviam vários padrões circulares, hexagonais e, o que eu achava que era, palavras

que pareciam desenhadas e fluidas, mas eram como hieróglifos que eu nunca tinha visto antes, em sulcos na pedra.

Subi, hesitante, os degraus a minha frente, olhava desconfiadamente a minha volta, todos pareciam calmos e aparentemente eu era a única que não sabia o que estava acontecendo ou o que iria acontecer em seguida.

— relaxe — disse Ciel aparecendo magicamente atrás de mim — não vai doer.

— doer? — eu perguntei quase histérica — porque iria doer? O que vai acontecer aqui?

— é apenas um círculo de transporte — disse Eliot aparecendo ao lado de Ciel, será que eu estava tão distraída a ponto de parecer que as pessoas tinham geração espontânea perto de mim? — é um jeito mais rápido de locomoção, eu diria que é quase como...

— tele transporte — completou Ciel — está vendo o círculo que fica ali na frente?

Ele apontou um círculo menor dentro do maior que estávamos, parecia que todas a linhas pareciam convergir para aquele ponto, como se fosse a cabeceira de toda aquela armação.

Guerras dos Magos Mestiços I - PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora