Guerras dos Magos Mestiços I - Passado

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   Assim que perdi os dois de vista eu parti numa corrida para o outro lado, onde tinha vista os últimos resquícios de Kate. Meu corpo doía mas eu não conseguia evitar de ter esperanças e, se eu não fosse comprovar por mim mesma que não era Kate ali, eu não conseguiria esquecer aquele momento, o que aconteceria se eu tivesse ido atrás dela.

Fui empurrada e jogada para os lados e meus hematomas re-acertados, perdi de vista o meu lugar inicial e qualquer pista sobre minha amiga e estava quase desistindo quando fui puxada para um beco entre duas lojas onde o espaço era pequeno.

O ar me faltou quando vi Kate ali, parada na minha frente, exatamente como eu a havia deixado, quer dizer, igual a antes de toda aquela loucura, não quando ela parecia uma maníaca assassina remoedora de magoas.

— Kate... — eu sabia que era a coisa mais óbvia do mundo que ela estava na minha frente, mas involuntariamente meus olhos se encheram de lagrimas e esperança de que ela finalmente tinha voltado a ser minha amiga.

— meu deus — ela parecia preocupada e me abraçou, não consegui evitar as lagrimas, principalmente porque ela estava apertando meu externo machucado.

— ok, ok, ai! Ai! — eu me soltei antes que minha respiração ficasse cortada de dor, tinha recebido um ótimo tratamento, mas era impossível me recuperar em apenas alguns diazinhos, principalmente com todo aquele estresse.

— meu deus — Kate perdeu o folego, parecia que finalmente tinha olhado para mim — o que aconteceu com você? Parece que foi atropelada! Você foi atropelada? — eu mal tive tempo para negar até ela começar a falar, eu gosta isso em Kate — meu deus me desculpe. Eu não sabia que seria assim, eu realmente tentei te proteger, é sério, achei que seria melhor se você estivesse com outros igual a você, mas...

—Kate, Kate, calma, ok? — eu chamei sua atenção, ela parecia prestes a chorar e eu não queria acreditar que meu estado era tão deplorável assim — eu estou bem, isso foi... Apenas umas aulas de defesa pessoal que não deram muito certo... O pessoal é legal — eu estava tremendamente feliz em saber que a minha amiga não tinha me traído de verdade — mas... Eu achei que você me odiasse.

— não é possível passar tantos anos com alguém como você e não se apegar nem um pouquinho — ela sorriu, mas seus olhos estavam húmidos e arregalados, o que contrariava o sorriso que ela tentava dar, mas então sua expressão ficou sombria — meu deus! Você precisa sair daqui! Precisa sair agora! — ela começou a me puxar pelo beco, mas eu queria respostas.

— espere! Porque? — ela continuava tentando me puxar sem me ouvir, mas o tempo que tinha treinado com Charles não tinha sido totalmente inútil, então rapidamente me livrei de suas mãos e a fiz virar de frente para mim — Kate, o que está acontecendo?

Ela engoliu em seco, olhando para os lados, como se tivesse medo que alguém ouvisse.

—hoje... Aqui... — ela parecia não ter os pensamentos em ordem, balançou a cabeça e recomeçou — eles sabem há uma colônia de mestiços por aqui... Haverá um ataque... Ah! Estou tão feliz que você não está nela!

— espere! O que isso quer dizer? — Kate parecia estranhamente agitada, estava desconcentrada e mudava de assunto rapidamente — o que vai acontecer com as pessoas que estão lá? — se passaram vários momentos, mas parecia que ela se recusava a responder — Kate! Eu tenho amigos lá!

— você não pode voltar! — agora ela parecia desesperada.

— porque Kate? Porque? — eu insisti em saber, Natsume, Yukihime, Arthur, Charles e os outros estavam lá, eu precisava saber o que aconteceria.

— ... — mais demora para responder e eu estava ficando extremamente impaciente, então a sacudi até obter algumas respostas — vai ser um extermínio!

— o que? ... — eu estava horrorizada com aquela possibilidade — então o que você... Faz... Aqui? ... — eu estava incerta sobre o que iria acontecer, mas a palavra extermínio tinha sido como um golpe no estomago... E pode-se dizer que eu sabia como doía e como era ruim levar um.

— essa... É a minha segunda chance... — disse Kate parecendo extremamente culpada — eles descobriram que eu deixei aquele seu servo lobo fugir na sua casa... Não confiam mais em mim, então eu preciso usar o Ragnarok aqui para me redimir, mas claro que eu nunca pensei que você estivesse aqui! Meu deus! Se eu soubesse... Estou tão feliz de ter te encontrado aqui! Você precisa ir embora! Agora!

Eu me livrei das mãos da minha amiga que tentavam me puxar para longe novamente. Eu não queria escutar mais nada. Não queria escutar que meus amigos estavam em perigo e nem que minha outra amiga, possivelmente, estava para se tornar uma assassina. Eu estava atordoada demais para pensar em qualquer coisa.

Involuntariamente comecei a caminhar para traz. Ouvi Kate chamar meu nome, mas eu já estava na multidão quando me dei conta e de repente tudo a minha volta pareceu estranho demais, barulhento demais, luminosos demais, eu já não reconhecia nada, estava perdida no meio da multidão e aquilo me assustava. Procurei Kate mas não há vi. Procurei o café, do qual eu tinha saído, mas ele também desaparecera. Tudo o que eu podia fazer era ser levada pela multidão. Por que diabos haviam tantas pessoas naquele lugar?

Tentei desesperadamente passar pelas pessoas, sem muito sucesso e quase gritei quando alguém agarrou meu pulso.

Virei violentamente, usando o mesmo truque que tinha usado com Kate para me soltar por puro reflexo. Por um instante pensei que pudesse ser ela novamente, mas, no final acabou se revelando ser Ciel.

Involuntariamente o abracei, senti ele me envolvendo com seus braços também e me guiando para algum lugar.

— por isso eu disse para não deixarmos você sozinha — ouvi ele dizendo em seu meio rosnado e minha mente ficou a mil, será que ele sabia que estava naquele lugar? Será que ele tinha visto as duas juntas? Tudo o que eu podia fazer era esperar, ir para um local mais tranquilo e pensar.

Aparentemente todos estavam correndo perigo.