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Tinha sido uma corrida louca entre um berserker fardado carregando uma menina que parecia uma criança altamente contrariada nos braços e um homem meio lobo mal-humorado.

Terminamos que Ciel não pode nos pegar, mesmo nos perseguindo de perto, corremos pelos corredores internos e eu já tinha me perdido entre o pouco que via quando paramos em frente a porta semiaberta da biblioteca e Eliot teve o gosto de sorrir para Ciel antes de entrar, pois assim que passássemos daquela porta ele não poderia fazer nada, não importando o que ou o porquê ele planeja nos impedir.

Eliot entrou na biblioteca de costa, comigo ainda nos braços, e entrou quase saltitando para perto da mesa onde Blake estava com Sasha olhando um monte de papeis.

Eliot me pôs no chão e me senti nauseada.

— Elizabeth? — chamou Blake levantando os olhos dos papeis que estavam em suas mãos — você está bem? Parece pálida... E como se fosse vomitar.

— é, eu acho que vou vomitar toda a comida que eu comi nos últimos três dias — arquejei — só um instante.

Eu me curvei já me recuperando do impacto que aquela corrida teve sobre mim desprevenida, me curvei e respirei fundo, Eliot me amparando pelo braço e Ciel ao fundo mal-humorado. Ali parecia que eu tinha corrido mais que uma dezena de maratonas, enquanto os dois mal tinham começado a respirar mais pesadamente. O poder do sedentarismo ainda me impressiona, se bem que eu não achava que uma coisa estava ligada a outra.

— Elizabeth? — chamou Blake e eu percebi que provavelmente estava interrompendo algo importante.

— desculpe eu... — tentei me retratar, subitamente tímida.

— minha dama Elizabeth acho algo que pode mudar o curso da guerra de séculos atrás — disse Eliot, explicando uma situação que eu estava começando a achar que era melhor deixar para mais tarde.

— verdade? — disse Blake com interesse suspeito, pois apesar de sua voz parecer curiosa, ele voltou a analisar os papeis a sua frente.

Eu levei o livro marcado até sua mesa e o abri encima dos papeis que ele estava vendo, se tinha uma coisa que eu odiava, era ser ignorada.

— achei esse demônio — eu lhe mostrei a página — se conseguíssemos captura-lo, nós poderíamos voltar no tempo e reescrever o curso da guerra.

— você leu toda a página? — perguntou Sasha com sua voz calma, mas ela estava claramente enojada, pois recolhia os papeis que estavam sendo amassados pelo volume grosso — é impossível captura-lo, é o que está escrito embaixo não é? Sempre que é tentado capturá-lo ele simplesmente sabe o que acontece no futuro, então creio que você terá que pensar em outra coisa.

— nós só precisamos de um bom plano — eu disse entre dentes, enquanto ela fechava o livro e o colocava de lado.

— Sim, sim — disse Blake já me ignorando.

Senti meu rosto arder, eu estava sendo tratada como criança e sendo ignorada, estava frustrada e irritada.

Percebendo minha variabilidade emocional, Blake suspirou e tentou amenizar a situação.

— você precisa entender Elizabeth — ele disse — já foram pensados milhares de planos para que conseguíssemos nossa liberdade, mas agora o mais importante e como viver em sociedade, não menosprezando o que você pensou, mas já foram tentados uma grande gama de planos, um mais mirabolante que o anterior, depois se quiser, eu posso te mostrar os planos que já foram bolados e quem sabe juntos podemos pensar em alguma coisa — ele sorriu — mas como eu disse, todos nós já desistimos de tentar mudar o passado e sim seguir em frente.

Guerras dos Magos Mestiços I - PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora