Capítulo 24
Hoje ela só quer paz...
(Projota)
Pedro
Finalmente chego a fazenda e tenho um pressentimento quando vejo que há algo errado. Olho para os carros estacionados sinto um calafrio na espinha e corro em disparada para ver se está tudo, mas estanco ao ver o meu pai sentado como se estivesse a minha espera.
― O que você está fazendo aqui? Cadê a minha mulher? ― Pergunto sem fôlego.
― A fazenda é minha. Venho aqui quantas vezes eu bem entender. Quanto aquela mulher... se você que é o macho dela não sabe onde estar... eu lá vou saber? ― Tento reunir o último pingo de controle que existe em mim me obrigando a lembrar quem é esse homem desprezível sentado a minha frente e não quebrar a cara dele.
― Para de cinismo e me responde de uma vez.
― Ela foi embora! ― Dá de ombros. ― Decidiu desapropriar o meu imóvel logo.
― Para! ― Grito descontrolado. ― Para de destruir tudo a sua volta! Para de machucar as pessoas apenas pelo prazer de exercer seu controle medíocre, em quem não tem nada a ver com a sua sujeira! ― Explodo de uma vez. ― São crianças, Armando. Três crianças inocentes e uma mulher que já sofreu pra ca.ra.lho nessa vida e merecem viver em paz! Como um dia pude ter orgulho de te chamar de pai? Eu te admirava como ser humano e não foi ninguém além de você que acabou com todo respeito que eu sentia...
― Filho... ― Corto-o.
― Fala logo de uma vez onde eles estão, porque ao contrário de você eu cuido da minha família e os amo incondicionalmente. ― Seu rosto se contorce como se tivesse acabado de levar um soco e vejo-o engolir em seco.
― Eu a expulsei juntamente com os filhos daqui mais cedo. ― Fala com a voz baixa.
― Se você não fosse o meu pai, eu quebraria a sua cara e não ia restar um osso inteiro para contar a história. ― Falo bem próximo a ele. ― Vou te dar um aviso, Armando. Reza, mas reza com fé para que não tenha acontecido nada com a minha mulher e os meus filhos, porque se não, mandarei a minha dignidade para pu.ta que pa.riu te caço no inferno e te mato! ― Jogo a cadeira que estava ao seu lado longe e ele salta de susto. Saio em direção a porta tentando me controlar o máximo que consigo para não surtar.
― Pedro, espera. ― Não sei por que minhas pernas não me obedecem e continuam andando, pelo contrário, empaco no lugar e ele me estende um molho de chaves. ― Pra quando vier buscar as coisas dela... ― Pego as chaves com brutalidade e enfio no bolso da calça jeans. ― Me perdoa filho...
― Não há perdão para quem não está disposto a mudar. Tudo que sinto por você é asco e desprezo...
Entro carro e dirijo em desespero até a fazenda de Ane, mas não encontro Jess por lá, ligo para May e ela também não tem notícias.
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Reaprendendo a Viver - COMPLETO
Chick-LitReaprendendo a Viver Jéssica Albuquerque, é uma mulher forte, logo após a morte do marido decide voltar as suas raízes juntamente com os seus filhos, e mesmo em meio a dor reaprender a viver... O que ela não esperava era que em seu novo destino, c...