II

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"Eu fui apaixonado por você

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"Eu fui apaixonado por você

 mas nessa vida

 todo mundo faz 

merda"

                        — Rangeit

Você é o terceiro que me recepciona assim hoje. — suspirei, como quem faz pouco caso, mesmo com o coração aos saltos.

Sua voz. Esperei tanto para ouvi-la. Como fui idiota. Ele estava beijando, aproveitando sua solterice completa.
E eu, que vergonha, mesmo em festas, abraçava uma garrafa de bebidas e chorava no ouvido da pessoa mais próxima.

Jesus.

Não devia ser. Sempre fui seu primeiro.

Ignorei o tom de malícia em sua voz, revirando os olhos. Pouco maduro da minha parte, mas não pude controlar. Era sempre assim. Eu voltava a ter treze anos quando estava perto dele.

— TU VAI DA MORAL PRA PUTA DA GEISA? — Vanessa deu sinal de vida. Por um segundo, tinha até me esquecido da presença dela aqui.

— Opa linda, puta é o que você diz para o seu reflexo no espelho, respeita minha história!

— COMÉ QUE É SUA VAGABUNDA? — marchou em minha direção

— Vanessa, mete o pé. — Luís não desviava o olhar de mim nem por um segundo, e isso começava a me deixar nervosa

Não sabia que estava tão ansiosa para vê-lo, até estar na frente dele.
Na verdade, sabia sim. Só não estava pronta para admitir. Mas agora, diante desse olhar, a vontade era correr na direção oposta, pedindo socorro a qualquer alma caridosa que passasse.

— Como assim LM? O clima tava tão bom... — sorriu safada, olhando convencida na minha direção

Gargalhei, mesmo que tenha sentido meu peito ser espremido e amassado.

— Sabe, acabei de me lembrar, do tempo que voe dava em cima de todos os meninos na escola e fora dela. Me pergunto porque estou surpresa em te encontrar assim.

— Tu tá insinuando algo, sua mal comida? — colocou aos mãos no quadril, os projetando para a frente, olhando com algo que acredito eu, fosse o olhar que deveria me intimidar

— Oxi linda, está querendo saber da minha cama porque? O teu lençol está com alguma doença? 

TU CALA ES... — seu dedo vinha quase que em direção ao meu rosto, se não fosse pela distância segura que ela mantinha de mim.

Quis rir. Como uma cadela que late ferozmente sem nunca ter a pretensão de realmente morder. Vanessa queria mostrar posse, mas não me atacaria de fato.

DE VOLTA AO MORRO - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora