VII

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"Ele dilata minha pupila e nem percebe"

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"Ele dilata minha pupila e nem percebe"

                       — Luna 

—  Se não pareceu, porque agora tá me evitando?

 — Porque você já machucou de mais — respondi

 — E quem disse que quero machucar agora? Tu sabe que desde aquela época eu mudei por você, mudei mesmo. 

 —  Não quero ter que falar sobre isso agora, Luís.

 —  Não, não é assim não. Vamo ter esse papo quando? É papo do passado e machuca, mas tá no passado, se quer se resolver comigo tanto quanto quero contigo, então precisamo levar esse papo.

—  Não tô a fim de chorar, Luís.

 — Então não chora, e se chorar tô aqui pra ti  —  ele se aproximou  —  Poxa, fiz o que pude por ti, te esperei por anos, 'mó enciumado mas fiquei aqui, confiando em ti.

 —  Era o mínimo né, Luís, fiz o mesmo por ti. E nem por isso saí beijando geral.

—  Ah, tá! Vai dizer que não foi em uma festa beber umas e pegou um ou dois? Só por Deus né.  

— Isso. Só por Deus, que me deu um puta de um auto controle pra não baixar aqui na comunidade no mesmo dia que você terminou tudo e desligou na minha cara, e fazer uma barraco nunca visto antes! Fique você sabendo que não beijei ninguém mesmo, mas não faltou oportunidade, algo contra? Eu tinha a esperança de voltar e ter alguma chance, e não sou do tipo que saí pegando geral só ficando sem qualquer sentimento, e roubando alguém que merece algo melhor de quem queira mesmo a pessoa.

—  Tu ainda lembra dos nossos papos? — Ele se aproximou, afastando um cacho do meu rosto, e o colocando atrás da minha orelha.

 — Nunca esqueci de nada que conversamos, não importa quantos anos se passem. Tu mesmo me disse que não curtia essas ceninhas de ficar com geral, dar esperança e largar pessoa que já podia estar bem acompanhada!

 — Ei ei ei, e não curto mesmo! Mas não dei esperanças, sempre deixei claro, certo? Posso estar correndo por um caminho nem tão certo assim, tô ligado nisso, mas isso não me dá o direito de sair ferindo as minas que tem por aí. Ainda permaneço o mesmo Luís que tu enxergava aqui.

 — Independente, Luís. Agora tu é LM, agora tu manda no morro e entrou na vida que nós odiávamos. E porque?

 — Mando mesmo, mas amo essa comunidade, quero o bem pra ela. Não é tão difícil de entender assim, é Cachinhos?

 — Quer o bem pra ela? Fazemdo ameaças aos outros pelas dívidas que fazem por droga e por qualquer desrespeito que te causam? É isso que se pai fazia.

— Não, não! Respeita minha história, Geisa!  Não sou que nem meu pai não, hein? Nunca fui, e você  sabe. Ajudo mesmo quando algum morador precisa, tô aqui pra isso, saca?

DE VOLTA AO MORRO - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora