XXV

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  — Chamaram as putinha do morro e eu não tava sabendo é? — Falei, chegando no topo e me deparando com toda a pivetada da minha infância

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  — Chamaram as putinha do morro e eu não tava sabendo é? — Falei, chegando no topo e me deparando com toda a pivetada da minha infância

— Diz aí você, delícia. Putero deve tá sentindo tua falta. Saudade da desgraça de ti, seu arrombado! — Rodrigo me abraça

— Olha as viadagens, todo assanhado! Tua patroa não tinha te posto nos eixos ô ex galinha de terreiro — debochou

  — Colocou, mas pra ti abro exceção neneim — piscou, me fazendo gargalhar

  — Ouvi falar que vai ter baile de casamento. Queimou a rosca e nem contou então, pirigueti? — Gabriel aparece, me dando um aperto de mão

— E tu viu chance de boca livre e já desabotoou o fecho de calça. Boca livre te chama mais que as menina do morro.

— Mas claro, tio. Pra que viciar em mulher se comida não te abandona nem nos piores momentos? Sonha que a Pepsi paga né, boiola.

— Só porque encontrou o bilhete premiado tá dando uma de maridão do ano, vê se pode dessas — Hugo brota de trás da cambada

— Mas o topo virou pensão e eu não tava sabendo, tio? Que doideira é essa?

— Pera que falta eu, gostoso. Sentiu falta da sua fiel não, safado? Me trocou e já esquece teu passado, tuas noites de amor. Eu e você, você e eu — Matheus, mais conhecido como playboy, se finge de ofendido, afeminando a voz

— Tudo puta — dou risada

  — JP mandou a letra. Quer dizer que fez pelas costa da mina? Tu é tongo ou se faz, diz aí.

— Refreia ai, Hugo. Respeita minha história, tio. Fiz os bagulho na moral, esperando o melhor.

— E levou um pé delicinha da tal loira cacheada, né não? Conta pah nois como é ser dono da merda toda e ser rejeitado — Rodrigo zoou, fazendo a cambada rir

— Tá me achando com cara de palhaço tio? Ela nera nem louca de rejeitar, cê é doido.

  — Sobre a parte do palhaço, quer mesmo que eu responda, donzela? Por, caraca hein, em questão de dar fiasco cê ganhou nobel, cê é louco — Gabriel pisou

  — Que isso, mano. Acho que vou receber uns conselho 0800 dahora, firmeza, só recebo esporro. Amigo da onça que eu era e nem tava ligado — me jogo bufando no sofá

— Ih, princesa ficou ferida. Pede pro amorzin vim socorrer, aé, não tem — foi a vez de Matheus gargalhar

— Te fecha, ô putinha. Papo vai papo vem descobri que deu uma de talarico por aí.

— Cala boca, LM. Tá é doido? Negão te escuta e eu vou me resolver como? Vejo o maluco todo dia lá onde os viciado fica. Vergonha pra mais de metro, tio — ele mexo nos cabelos, parecendo nervoso

— Foi fazer merda né, piso na bola com o cara. Se ele descobre, ele te pega e maí tu vai ouvir bala cantar. O cara é doido por ela.

— Nem tanto né. Se fosse teria assumido como fiel e feito a coisa certa. Mas aí deixou a bixa solta, e quem sou eu na fila da solidão pra recusar.

— Dá uma de coitado não, ô garanhão. Tá pegando geral já. Nego tá fazendo até aposta pra vê que guria que segura o facho perto de ti — Rodrigo solta

— Vishi, fio. Então tu tá mais rodado que catraca. Pensei que fosse segurar a mina, tô mais iludido que ela então  — falo analisando o pegador do momento

— Exagera também não, LM. Tá tudo nos esquema. Hoje é dia de baile e vamo vê o que rola — Matheus sorri safado 

  — Vamo vê o que não rola, né capiroto  — Mariana brota do nada

— Ué, virou parede pra ficar do lado da porta? Tá aí a quanto tempo, piveta?

— Geisa tá tendo uma conversa com Dona Morena e eu que não sou doida de me meter. Ai como eu tava vegetando pelo morro, resolvi brotar e ver o que tu preparou pra minha prima.

— Comassim, Mariana? Era pra ter preparado algo? — olho ao redor, vendo todos me olharem com cara de "não acredito"

— Tu não preparou nada pra tua mina, imbecil? — Gabriel se prepara pro sermão

— Tu tem demência, mermão? 

— Tu casa sem a mina saber, e pra recompensar a merda não faz porra nenhuma?

— É idiota ou se faz, LM?

— Mas é um vacilão.

— Eu nem te digo nada, Luís Felipe — Mariana cruza os braços, me olhando totalmente decepcionada

— Mas tô sendo só esculachado nessa bagaça. É o tempo todo. Vamo dá um tempo ai, pra me humilharem mais amanhã, rapaziada. Nem sabia dessas parada de surpresa. Tava era nervoso por saber que não realizei o sonho da Cachinhos. E agora mais essa bola fora. Se não é o pior dia, sei nem o que é — respiro fundo, arrumando o boné no cabelo e me afundando ainda mais no sofá

— Que tá fazendo aí parado mané? — Matheus me puxou — Vai ficar ai parado não, vadio.

— Vamo lá que tem muita coisa pra prepara pra tua mina — Hugo é o mais animado da banda

— Já vi que cheguei em boa hora    — JP aparece com um sorriso no rosto

  — Certo, putinhas, bora ao trabalho. Serviço não encerra até eu ver um sorriso e muitas lágrimas de felicidade no rosto da minha anja. Ao trabalho — Mariana bate palmas, saindo do topo

— Eu hein, bixa mandona ela que só. Tá achando que tem intimidade pra me chamar de putinha. Vê se pode, sou difícil, meu bem — Matheus resmunga, me fazendo rir

— Cala boca e trabalha, papagaio de plantão — Gabriel revira os olhos, dando um murro no braço do tal papagaio, para logo depois seguir os passos de Mariana

— Quer pagar de difícil a roda de caminhão. Conta outra o rolha de poço — Hugo dá outro murro 

— Vamo deus grego, dá orgulho pra tua peguete — Rodrigo zoou, dando mais um tapa

  — Mas que merda é essa? LM que faz as bosta e eu que apanho? Vida injusta.

— Cala a merda da boca e mexe a bunda, playboy — dei um tapa em sua cabeça, o fazendo bufar — Acorda pra vida, tio. Hoje é dia de fazer minha mina sorrir. 




DE VOLTA AO MORRO - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora