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megan.

Não sei como descrever o que acabou de acontecer, só sei que surgiram várias garrafas de bebidas alcoólicas, já é madrugada e que a maioria dos meus amigos estão bêbados.

E querem saber de uma coisa? Eu não estou.

Há! Por essa vocês não esperavam, não?!

Vou te dizer o porquê: sempre tem aquela pessoa sóbria pra contar os micos dos amigos bêbados, e eu fui a escolhida.

— Meggy! — berra Grayson no meu ouvido.

— Sai daqui, Grayson, tô pensando. — reviro meus olhos.

— Fala comigooo. — diz no mesmo tom, embolado.

— Olha o unicórnio em cima de um caracol chamado Joseph! — aponto para a esquerda.

Suas pupilas aumentaram e abriu um enorme sorriso. Lágrimas começaram a brotar dos seus olhos enquanto encarava o nada.

— Vou orar três vezes antes de dormir, tá louco, bicho. — murmuro me levantando do sofá.

Começo a caminhar para o jardim da casa de Helena, para inspirar um ar fresco e sem cheiro de álcool.

Amanda veio até mim mancando e quase gritei quando vi seu rosto. Estava todo cheio de maquiagem borrada e lágrimas, isso que eu chamo de bêbado chorão.

— Sinto falta dele. — fala triste, dando um gole na garrafa. — Eu realmente pensei que como o Aaron é adulto, ele não me magoaria...

— Pois é.

— Me dá um abraço, Meg. — Mandy abre os braços.

— Não, valeu.

— Vamooos, por favorzinho. — implora.

Bufo e deixo seus braços me envolverem, continuando com a mesma feição de tédio de antes.

— Você sabe que não estou bêbada e mesmo assim me abraçou, isso foi tão fofo. — murmura ainda me agarrando.

— Você não sabe o quanto eu quero te bater. — murmuro de volta.

Largo ela e deixo essa idiota entrar para a sala de estar novamente, se jogando pra cima de Ethan.

Piranha.

Continuo andando até que vejo uma figura loira sentada na grama. Com receio de me aproximar, me sento ao seu lado.

Pelo menos ele estava bêbado.

— Oi, Blake Bêbado. — digo. — Eu nunca te conheci, prazer.

— Prazer. — diz com a voz fraca.

— Cadê a Lisa?

— Foi embora, ela não bebe. — responde bebericando sua vodca.

— Típico. — cantarolo.

Vejo que na mão vazia, ele tinha uma flor. E eu pensando que ele não podia ficar mais gay, que fofo.

— Ela me ama. — arranca uma pétala da flor amarela. — Ela não me ama.

Ficamos assim por um bom tempo. Eu olhava para o além e Blake tirava as pétalas.

Eu tinha que aproveitar o momento já que sóbrio ele não queria ao menos olhar pra minha cara.

— Megan, eu sinto sua falta. E-eu acho que você me abandonou para ir para Seattle com os Dolan's porque não me amava mais.

Fiquei calada.

— Ela não me ama. — tira a penúltima pétala.

Finalmente olho para seu rosto e lhe dou um beijo na bochecha.

— É melhor ficarmos separados até as coisas se resolverem, Cindy.

Arranco o último pecado da planta tão  delicada, sussurrando:

— Ela te ama.

Lucky | Blake Gray [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora