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megan.

Carregava minha mochila leve nas costas, onde havia roupas e chocolate, enquanto andava nas ruas escuras e mal iluminadas. Eu odeio o caminho que eu tenho que fazer até a casa de Hunter, provavelmente uma das únicas coisas que me deixavam com medo.

Paro no casarão amarelo pastel e bato três vezes na porta, sendo atendida em cerca de segundos. Helena, vestindo um macacão de unicórnio, abre um sorriso enorme e me agarra em um abraço apertado.

Muito apertado, aliás.

— Já está bom. — falo com dificuldade, empurrando de leve seu corpo.

— Senti saudades, Meggy. — diz com sua voz doce e fina.

— Também. — murmuro, entrando na casa.

A casa dele continuava a mesma de sempre, móveis bem arrumados, um enorme sofá acompanhado de uma enorme televisão de plasma. E lá estava o moreno de olhos azuis assistindo um jogo de futebol americano qualquer, com uma latinha de coca-cola ao lado.

— Rowland. — o cumprimento com um aceno de cabeça.

— Espinosa. — retruca, abrindo um pequeno sorriso. — Ele está dentro do meu quarto.

Sorrio sem mostrar os dentes como agradecimento e continuo andando para dentro da casa, entrando na primeira porta do corredor. Com cuidado, dou de cara com o garoto deitado na cama de casal com as luzes apagadas, agarrando um dos travesseiros e com o rosto enfiado no outro.

Deixo minha mochila no canto da porta e vou até a cama, me sentando na ponta da mesma e observando Blake. Engatinho até seu lado e apenas fico ali, sem saber o que fazer ou o que falar.

— Hunter, pode sair. — diz com a voz abafada e fraca.

— Sou eu. — digo num fio de voz.

Ele nem se mexeu. Me deito finalmente ao seu lado, me cobrindo e virando para seu lado. Lentamente, o loiro se vira de frente para mim. Seus olhos azuis um pouco avermelhados invadia o castanho dos meus, me arrepiando.

— Por que você fugiu de casa, Cinderela? — o pergunto.

— Porque eles não me querem perto de você. — responde, ainda com a voz falha.

Meu coração acelera, mas ignoro.

— E você quer? — hesito em perguntar. — Ficar perto de mim?

Assente leve, desviando o olhar. Me aproximo mais de Gray, sentindo seus braços me envolvendo. Encosto minhas mãos delicadamente no seu peitoral, junto com minha cabeça, ouvindo suas batidas cardíacas agitadas.

— Tudo bem. — sussurro, depois repetindo para mim mesma. — Tudo bem...


Lucky | Blake Gray [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora