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blake.

Minhas mãos tremiam, encarando o celular e todas as mensagens que não foram enviadas.

Com raiva, jogo meu celular com força na cama e suspiro, derrotado. A sacada da frente estava toda fechada junto á cortina e tudo que eu queria é que Megan aparecesse.

Mas sabia que ela não iria aparecer.

Não importa se ela pensa que eu traí ela, não importa se ela mandou aquelas fotos e depois nega que mandou, não importa mais nada.

Vou com meus passos fundos até a porta, a abrindo e a fechando com força. Eu precisava explodir, eu já não estava mais aguentando aquela droga.

— Eu não quero mais. — digo, fitando meus pais.

Meu pai abaixou o jornal e me olha por debaixo de seus óculos de grau, com as sobrancelhas arqueadas.

— Você já fez seu trabalho de biologia, filho? — pergunta minha mãe.

— Óbvio que já. — bufo. — Eu não quero mais namorar a Lisa ou seja lá o que eu estou fazendo.

Elizabeth arregala os olhos, nervosa.

— Blake, você precisa namorar ela! Você não entende? — se irrita. — A mãe dela é Alessia Watson! Uma das mais famosas médicas da Austrália e a Lisa pode se tornar uma também. Se continuar assim, você consegue uma vaga no hospital Watson para ser um médico mundialmente famoso!

— Você que não entende. — sinto a raiva crescer em mim. — A senhora nem sabe se eu quero ser médico. Eu não quero fingir minha vida ou muito menos usar uma pessoa para ser alguém no mundo.

— Seu sonho desde criança é ser médico, não fale uma besteira dessas. — meu pai finalmente se mete.

— Mas eu cresci! — aumento o tom de voz. — Eu não quero ser médico!

— Abaixe o tom de voz agora. — grita o homem, apontando o dedo. — É por causa daquela garota de novo, não é? Ela está te influenciando. Você quer ser o que? Ator que nem o pai dela infantil dela? Ou quer ser um vagabundo sem limites que nem a própria?

— Não fala assim dela. — digo com o maxilar travado.

— Se um dia eu receber uma mensagem da Alessia, dizendo que você quebrou o coração da filha dela. Você vai ver o que acontece com a Megan. — Elizabeth fala lentamente, enquanto me fuzilava com os olhos. — Você sabe que ela não é santa e se eu descobrir algo que envolva a polícia...

Continuo paralisado observando aquelas duas pessoas, que para mim, agora pareciam apenas dois estranhos.

Sinto as lágrimas brotarem nos meus olhos e cerro meu punho, me virando, voltando ao meu quarto sem antes gritar:

— Vão à merda!

Lucky | Blake Gray [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora