EPÍLOGO

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megan.

Bufava enquanto corria pelo jardim de minha casa, atrás daquele capetinha de um metro de altura. Ofegante, consegui alcançar a garotinha morena de sardas. Pego a pequena e a coloco no meu colo, ouvindo a mesma soltar algumas risadas contagiantes.

— O que eu falei para você? — pergunto, ajeitando-a no meu colo.

— Pra não sair de casa. — repete com sua voz doce.

— E o que você fez, monstrinha? — pergunto novamente.

— Saí. — fala simples.

Tento mandar um olhar de reprovação para a mesma, mas era impossível ficar brava com ela. Começo a andar pela grama verde de volta para casa, sentindo ainda minhas costas queimar por conta do forte Sol de hoje.

Ponho a criança de quatro anos no chão e me agacho para ficar da sua altura.

— Agora uma última pergunta. — ajeito sua franja. — Por que você estava correndo que nem uma doida?

— Não posso contar. — cruza seus pequenos braços.

— Conta agora, ou você vai ver o que eu faço contigo, monstrinha. — cerro meus olhos.

— Nossa, Meggy! — grunha irritada. — Você é muito chatonilda!

Você é muito chatonilda. — a imito, dando língua.

— Eu e a Cindy estávamos brincando de pique-pega. — responde ainda emburrada.

Tinha que ser. Não consigo evitar um sorriso de lado e levanto meu olhar para o loiro que tinha uma feição angelical estampada no rosto. Blake põe sua mão na minha cintura e me dá um beijo molhado na bochecha.

— Parece que a Cinderela continua o mesmo adolescente de quatro anos atrás. — o roubo um selinho.

— Você vai fazer ela crescer me chamando de Cinderela. — revira os olhos irritado.

— Não é a minha culpa que você parece a princesa da Disney. — minha irmã mais nova fala.

Jessica era uma verdadeira Lovelis-Espinosa. Rabugenta, sapeca e mandona, e de acordo com meus pais, eu era igual. Por sinal, ela era a cópia da minha mãe. Os cabelos negros, os olhos castanhos, as sardas. Porém, ela tinha o nariz empinado igual a de meu pai.

Deixar a minha casa antiga para morar com Blake foi loucura e um pouco difícil de me acostmar, mas por sorte, moramos perto de nossas famílias. E é claro, na mesma rua que o nosso grupo de amigos que estava juntos desde sempre.

— Depois eu quero vocês dois para visitar o chá da tarde do meu ursinho Joseph. — Jess fala com atitude, dando de costas e marchando até seu quarto.

Solto uma risada fraca e por um momento, uma onda de tontura invadiu meu corpo, me fazemdo quase cair no chão.

— Você nunca aprende, Megan. — diz enfiando sua mão no bolso e retirando de lá uma barrinha Twix. — Parece que faz de propósito.

Pego o chocolate e o como, me sentindo mais relaxada. O de olhos azuis permanecia me encarando profundamente enquanto eu mastigava, o que me deixava agoniada. Ele sabia disso e fazia só para me irritar.

— Escroto. — grunho.

— Escrota.

— Ridículo.

— Ridícula.

— Bundão.

— Bundona. Literalmente.

— Vai se fuder!

Casa comigo.

fim.

Lucky | Blake Gray [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora