Capítulo 61

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Voltamos para casa com aquela sensação de "quero mais", mas o importante foi que tivemos a chance de conhecer Miami, fazer um excelente trabalho e nos resolver "muito" bem lá.
Eu e Rubie já estávamos doidos de saudade dos meninos, Celeste disse que tudo correu perfeitamente bem e que os dois foram uns anjinhos.
Agora mais do que um amor correspondido, eu tinha uma família completa. Ryan e Rychard eram meus filhos e nada iria mudar isso, ter o amor da Rubie e saber que não precisávamos mais mentir só melhorava as coisas, eu estava feliz como nunca...
Mas faltava uma coisa, talvez muitos que soubessem da nossa história me chamariam de louco(eu já tinha leves suspeitas de que era louco mesmo), mas eu tinha a completa certeza de que queria passar o resto da minha vida com a Rubie, o namoro de mentirinha acabou valendo como um de verdade então já estávamos juntos a quase dois anos, que foi quando aceitei o acordo, ficamos seis meses concretizando nossos planos, Rubie engravidou, os bebês nasceram e agora já estavam quase completando 5 meses. Muita coisa aconteceu, mas a única que eu mais queria que acontecesse agora era Rubie aceitar casar comigo.
Recebemos um e-mail da tia Dulce nos convidando para ir para lá, estávamos em uma data em que todos comemoravam o festival das flores lá no interior, era a época em que eu e Rubie adorávamos pela cidade encher de gente em meio a várias luzes e flores que nasciam nas diversas árvores e cantos da cidade.
Descidimos passar um final de semana lá, dessa vez com todo mundo, os meninos, dona Helena, Justin, vovó, as garotas... Até Megan, Bárbara e Miguel decidiram ir conhecer aonde nós crescemos.
Chegando no interior, Dulce e meu pai já estavam lá para nos recepcionar cheios de saudade. Foram abraços e beijos para todo lado, principalmente entre meu pai e a Dona Helena, o que, diga-se de passagem, era muito estranho. Mas se é amor, está valendo!
- Ownn! Como os bebês cresceram!- Disse tia Dulce pegando eles no colo.
- Verdade, eles estão crescendo tão depressa!- Falou Rubie enquanto eu a abraçava por trás. Dulce nos observou e sorriu, já tínhamos contado a novidade por e-mail e ela estava explodindo de alegria.
- Logo vão estar se tornando rapazinhos! Minha vez de segurar meus netos!- Falou meu pai vindo pegar eles todo sorridente.
- Querido, eles são dois mas tem que aprender a dividir, é muita concorrência!- Falou Helena e ela, meu pai e Dulce riram brincando com os meninos.
Desfrutamos bem aquele sábado, era muito bom estar de volta, todas as memórias maravilhosas que eu e Rubie tivemos vinham a todo momento. Nós dois caminhávamos de mãos dadas, sorridentes enquanto mostravamos para os nossos amigos a cidade, aproveitando as comidas das barracas que montaram no festival, as músicas que estavam tocando e dançando, reencontrando velhos amigos, que ficaram muito surpresos (ou espantados mesmo) por estarmos juntos e com dois filhos. Mas a alegria era o sentimento predominante dali.
- Vejam! A Rubie e John estão na cidade! Vem pra cá, galera!- Uma amiga nossa de infância nos chamou para um lugar onde estavam tocando, nós fomos um pouco sem jeito.
- E ai, vão tocar e cantar hoje?
- Ah, não! Faz muito tempo, Beth!- Falou Rubie.
- Exato, voltar às origens é um ótimo jeito de comemorar o festival das flores! Vamos! Mostrem os talentos de vocês, eram incríveis juntos!
Rubie me olhou sorrindo divertida e eu concordei.
- Bom, já que o público está pedindo tanto...- Fez um charme e todos comemoraram, nossos amigos também que estavam assistindo e assobiando.
Peguei um violão e começamos a tocar e a cantar juntos da banda, Rubie e Beth cantando em dueto, o que era uma combinação perfeita, a voz da Rubie era linda e contagiava a todos.
E assim ficamos curtindo o dia todo, o sol se pôs e com isso a noite chegou, as ruas do interior se iluminaram com as luzes que decoravam o lugar, deixando as floras ainda mais bonitas.
Rubie estava encostada na janela, observando algumas crianças correndo com um sorriso no rosto. Me aproximei dela, a beijei com paixão e falei no seu ouvido:
- Quer dar uma volta comigo?
- Onde vamos?
- Não sei... Talvez ver um certo lugar, onde tudo começou.
Rubie sorriu, já sabendo onde era. E fomos, aproveitando o fato que todo mundo estava querendo cuidar do Ryan e do Rychard.
Seguimos vendo as estrelas brilharem no céu do interior, que apareciam bem mais do que na cidade grande, fazendo a nossa noite ficar com um toque mais mágico.
Subimos o morro para a fazenda onde a nossa árvore se encontrava. Chegando próximos, Rubie viu um caminho feito com as luzes, ela estranhou e perguntou:
- Foi você que pediu para enfeitar aqui?
Eu apenas sorri sem dizer nada, seguimos o caminho de mãos dadas e encontramos a bela árvore, grandiosa e encantadora com suas flores vermelhas que desabrocharam, incrível como até nisso a cor ajudou, flores vermelhas significavam amor no festival.
As luzes em volta dela iluminavam o lugar, deixando a árvore bem em destaque, mas nela havia algo de diferente, estavam penduradas várias fotos minha e da Rubie em seus galhos, da nossa infância, adolescência, sorrindo juntos, abraçados, zoando... Era como uma retrospectiva de uma vida inteira junto da pessoa mais incrível que existe. Rubie olhava todas as fotos maravilhada, encantada com todas as memórias.
Ela andou pela árvore e foi ver o J+R que estava intacto, Rubie sorriu passando o dedo no contorno das letras e se virou para mim dizendo:
- Que lindo, John! Eu...
Ela parou de repente, surpresa com o fato de eu estar de joelhos. Seus olhos brilhavam em uma mistura de emoções.
- Rubie...
Na minha mão havia uma caixinha vermelha, a abri devagar e Rubie pôde ver um belo anel, colocou as mãos na boca, totalmente comovida e emocionada.
- Quer casar comigo?
- Oh, meu Deus...
Falou ela ainda em choque da surpresa, meu coração disparando, talvez com um leve medo dela negar, da Rubie pode se esperar tudo... Ela olhou para mim com seus olhos verdes que tinham naquele momento um brilho especial, estava quase chorando, então disse:
- Sim!
Sorri também, corri para a abraçar, girando ela em meus braços, enquanto nós dois riamos de tanta felicidade.
- Eu aceito...- Disse ela sorrindo e me olhando com amor, me aproximei e beijei seus lábios com carinho, marcando aquele momento.
Ao fundo fogos de artifício ganharam cores no céu, Miguel conseguiu na hora certinha.
Eu e ela admiramos suas luzes e cores e voltamos a nos beijar. Logo Rubie seria minha esposa...
A alegria foi geral quando eu e Rubie voltamos para casa e ela mostrou o anel, orgulhosa em sua mão.
Nossos amigos nos abraçavam e comemoravam animados, nossos pais nos parabenizavam contentes, vovó parecia brilhar de tanta felicidade, Dulce veio dar um abraço duplo em nós dois, sorrindo orgulhosa. Celeste e Cintia também nos deram os parabéns animadas e com sorrisos sinceros.
Ryan e Rychard queriam atenção, então eu e Rubie pegamos eles no colo. Olhava para os meus filhos e para a Rubie, minha família perfeita...
A comemoração do festival das flores nunca foi tão empolgante quanto daquela vez, mas tudo que é bom dura pouco, já tínhamos de voltar para São Paulo. Nos despedimos de todos, mas o bom era saber que em pouco tempo nos reuniriamos de novo para comemorar o nosso casamento.

Namorado de Mentirinha (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora