Nascimento.

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HEEEEY ESTRELINHAS
Segunda atualização do dia.
Aproveitem.

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Pov Verônica.

Janeiro, 1998.

—  Era uma vez uma unicórnia. Ela era bem branquinha, e tinha o chifre rosa feito de glitter.  Ela nasceu numa família toda de humanos, e por causa disso, ninguém sabia que ela era uma unicórnia.

Parei de ler por alguns instantes, encarando o livro colorido em minhas mãos com certo divertimento. 

— Vê? — a voz de Lucy soou manhosa, enquanto ela se virava para me olhar — Continua, você falando acalma o bebê — ela pediu, se ajeitando entre minhas pernas, deitando suas costas em meu peito.

— Mas amor, é a história de uma unicórnia — falei, como se fosse um argumento válido.

— Que se apaixona por uma dragão, é a história mais fofa que existe e o bebê gosta então continua — praticamente mandou, me fazendo bufar baixinho.

— O bebê ou você? — murmurei, me calando imediatamente no momento que ela voltou a me olhar.

Era melhor não cutucar a fera.

— Ok ok, eu continuo — cedi, me ajeitando melhor na cama, e olhando o livro em minhas mãos.
Porém não consegui nem ler a primeira palavra, sendo interrompida por minha esposa que se levantava as pressas e corria para o banheiro. Me levantei quase na mesma velocidade, deixando o livro de lado e indo atrás dela.

Soltei um suspiro dolorido ao vê-la agachada ao lado do vaso sanitário, e me aproximei, me abaixando ao seu lado, segurando seus cabelos com cuidado, massageando suas costas. Esperei até que ela tivesse terminado e ido até à pia escovar os dentes, e simplesmente voltado a se sentar no chão, do meu lado, se escorando em mim.

— Lembra que eu disse que deveria usar a pia quando se sentir enjoada? Você fica muito curvada quando vai pro vaso — a lembrei, abraçando seu corpo de lado, a vendo jogar uma das pernas sobre mim.

— Meu bem, se eu raciocinasse quando tenho um enjôo e quando o serzinho aqui não gosta de algo que comi, eu até me lembraria disso — minha esposa respondeu, com bom humor que me fez soltar uma risada.

Ficamos em silêncio por alguns instantes, mas, não era algo ruim, na verdade, era tão confortável, e gostoso. Só ali, com minha esposa em meus braços. Minha esposa e nosso bebê.

— Amor?

A voz de Lucy me tirou de meus pensamentos e eu a encarei com carinho, mas logo soltei um suspiro ao ver sua cara manhosa.
— O que foi dessa vez? — perguntei, deixando um sorriso leve escapar quando ela enterrou o rosto em meu peito.

— Nachos — ela respondeu, no tom que dizia explicitamente que eu deveria encontrar nachos para ela.

Tudo bem, só nachos, não era tão difícil de se...

— E guacamole.

A encarei incrédula, mais ainda quando vi seu sorrisinho divertido no rosto.

— São onze horas da noite, Lu, todos os restaurantes mexicanos já fecharam, onde quer que eu encontre guacamole? — perguntei, mas não me surpreendi ao apenas ganhar um "não sei" de minha esposa.

— Não deve ser mais difícil que o abacaxi com chocolate, pimenta e espinafre que você encontrou às três da manhã semana passada — ela completou, provavelmente tentando me animar.

Mas fiz uma careta só de lembrar de tudo que fiz para encontrar aquelas coisas na madrugada.

— Tudo bem, vou nessa — avisei, beijando sua bochecha e me levantando.

My Kind (Vercy)Onde histórias criam vida. Descubra agora