46- Escravizado

8 3 1
                                    



Andando em meio a linha do trem
Aquele jovem viciado era mais uma vítima
Esquecido em seu próprio submundo
Perdido em uma imensidão

Com seu nariz corroído e ensanguentado
E suas vestes maltrapilhas
A sujeira impregnou seu corpo pálido
Seus ossos era aparentes
E já não havia mais dentes...

A sua busca incessante era por "onda"
Loucura à parte, ele fazia todo dia
Catava os lixos, pedia esmolas, enrolava os outros...

Preferia a droga do que se alimentar
Foi desmemoriado da sua família
E até ele mesmo achava que já não a tinha
Chegou ao ponto de furtar, roubar...
Sua pouquidade experiência de vida
Precoce ao mundo violento e sádico

Vivia como um andarilho
Só queria usar "bagulho"
Se tornará um monstro
"Feio" ficava ao usar
Horrível ficava ao acordar
O dia seguinte sempre era o pior...
Escravo da porcaria, da imundice, da pior escolha...

Um em tantos que estão a sofrer por aí
Derramados em lama
Jogados em fundo de poço
Esquecidos na gavetas
Desdenhados pelas famílias...

Felippe Lacerda

O Poeta é livre como o ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora