Sob o papel

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Expeli a dor
Que deslizou sob o papel amarelado
Se derramou como sangue púrpuro
E manchou-me por inteiro
Ali as letras tortuosas gritavam
Ali os meus olhos pulsavam
Quanta dor foi ortografada nessa arcaica folha
O drama era ouvido de muito longe
Emanava tristeza com o vento
Tudo ao redor se acinzentada
As cores eram ornamentadas
Em figuras desfiguradas
Os sons eram inquietantes
Consternado fui empalamado
Com a palidez do esmorecer
As minhas mãos trêmulas Agiam por conta própria
O choro não cessava
E a caneta não mais rabiscava
Com a face declinada
Abracei aquele pedaço de papel borrado
Como se fosse o meu amor que se foi com o tempo...

Felippe Lacerda

O Poeta é livre como o ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora