Insanidade de ler

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Abro aquele livro, e ele respinga toda a inspiração
Uma utopia fascinante se esfumaça pelo ar
Partícula do meu imaginário paira sobre mim
Uma neblina de dúvida e certeza vai se construindo
Cesso e Viro uma página
E todo cenário se transmuta
A folha branca vira preta
O Cálido vira gélido
Agora a tristeza abraça a felicidade
Ambas riem e choram
Uma incessante loucura voa de lado a lado nesse quarto
Poemas nascem nas paredes, no chão, no teto, no armário...
Versos gritam por um instante
Sou obrigado a virar mais uma página
Me surpreendo, a folha se desfaz
Como um pó ela sai pela janela
Todo ambiente se transforma numa camisa de força
Estou num manicômio, junto a estantes com centenas, milhares de livros
Eles falam, me apontam e julgam como um fétido juiz
Me estremeço e enlaço meus joelhos
Me jogando ao chão
Numa insanidade particular
Totalmente bizarra...
Estico as mãos e pego mais um livro na cabeceira...

Felippe Lacerda

O Poeta é livre como o ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora