Cantinho da solidão

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Um cômodo escuro
Frio e sedento por força vital
Lá se assemelha com um deserto
O qual não há paz...

Uma voz ecoa
Um gemido brando
Temperado com doses de sofrimentos...
Certas horas o uivo vem
Expeli de dentro da alma
Porém, é impronunciável
Ficando no ar aquela interrogação...

A cada vez mais é armazenado
Montões de dores
Agrupados uns ao outros
Formando um litígio
E cada sentimento ordinário
Luta para tomar posse...

Um conflito cotidiano evoca
Todo esse enorme pesadume
Constante na vida do ser solitário
Em meio a sua selva de emoções...
A decadência vem
Misantropo adornado de ódio
Entrajado de execração
Pelas pessoas que nada tem nada a ver
Aquele som, vocifera...

Em seus olhos as lágrimas se avermelham
Tingidas de sangue
Escorrem e caem ao chão
Daquele cárcere que é o seu quarto
Denominado, cantinho da solidão...

Lá jaz uma alma esquecida por si mesmo...

Felippe Lacerda

O Poeta é livre como o ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora