Tu é minha luz.

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Meu coração batia tão forte que chegava a doer no peito, entrei no quarto e aquela sensação de frio na barriga quando se encontra quem se ama, não era exclusividade só da barriga, meu corpo inteiro gelou naquele momento.

Então, eu respirei fundo e entrei naquele quarto onde só era possível ouvir o soluçar do choro da Ana.

Larguei a bolsa de canto e fui na direção dela, me abaixei  proximo da cama e sentei no chão, bem na sua frente. Ela estava deitada, encolhida e arrodeada por vários lençóis, como se quisesse que os lençóis formassem uma barreira que à protegesse de tudo.

Passei a mão no teu cabelo, tirando os fios da frente do teu rosto, ajeitando eles atrás da orelha e pude ver o rostinho angelical da Ana, com olhos olhinhos vermelhos e inchados de tanto choro.

E eu não sei explicar o que eu sentia naquele momento, tem coisas nessa vida que não tem palavras não, a gente só sente.

- Ninha, eu sei que tu está com raiva e que não quer falar comigo, mas me escuta, tá? 

Ela apenas assentiu com a cabeça, eu continuei alisando o teu rosto e comecei a falar.

- Eu posso imaginar a confusão doida que tá aí dentro de ti. E tu não sabe o quanto me dói ver você  assim. Mas Ninha aquele selinho não teve importância alguma e você viu que foi um descuido tolo. Tudinho que aconteceu comigo e com a Gabi ficou no passado meu amô, hoje nos duas caímos é na risada ao lembrar de como eramos bobas naquela época. Ninha  o meu pensar é seu, o tempo todinho, eu pensei e desejei tu comigo a viagem toda, o meu toque só procura o teu, você é a dona te toda a minha saudade.

Ana prestava  atenção em cada palavra minha, e antes mesmo que eu pudesse terminar de falar ela começou a chorar sem parar, e eu não aguentei, ver ela chorando acabava comigo.

Levantei, afastei aquele monte de lençóis que se amontoavam e sentei na cama, fazendo ela deitar a cabeça no meu colo enquanto eu fiquei alisando teu cabelo por alguns minutos, em um silêncio quase palpável.

- Eu amo tanto tu Ninha.

Ana passou teus braços na minha cintura, puxando meu corpo para mais perto dela.

- To com medo Vi.

Ela falou com voz de choro e tão baixinho que eu mal conseguia entender direito.

- Vem cá meu amô.

Tirei seu braços da minha cintura   deitei ao teu lado na cama, fazendo com quer ela apoiasse a cabeça no meu ombro. E não importava a posição em que eu ficasse,  Ana dava um jeito de me prender nos teus braços e de me abraçar forte. Forte, como nunca tinha feito antes, e eu só pensava em retribuir aquele abraço.

Tudo o que eu queria naquele momento era sentir ela mais perto. Precisava sentir a tua pele, o seu toque, e o teu cheiro que grudava em mim. Mais nada importava lá fora, era como se o mundo não existe, enquanto eu estava naquele abraço casa.

- Vi eu não quero perder tu.

- Tu não vai  perder não.  Olha pra mim, vem cá.

Segurei no teu queixo, fazendo ela olhar nos meus olhos.

- Tu é a minha casa, meu abrigo e minha saudade, como é que vai me perder? Vai perder não princesa

- Vi tu é do mundo meu amô, tem asas nos pés, feita para voar, e eu tenho medo de sair do chão.

- Eu sou feita por mundo mesmo. Porque ele é muito do bunito e tem tanta coisa  para nós mostrar, mas é em tu que eu faço o meu laço e se tu tem medo de voar, a gente conhece esse mundo todinho, por terra mesmo.

Ana deu um sorriso tímido, fechando os olhos e eu grudei meus lábios nos dela, nós permitindo sentir uma o gosto da outra, em um beijo demorado e esperado por nós duas.

- Tu é minha luz, Vi. Você consegue deixar tudo mais leve, o mundo fica mais bonito e eu me sinto tão segura no teu abraço. 

- Tu é o meu encaixe Ninha, e não se avexe não, porque eu não vou largar uma princesa dessa. Só se tu quiser que eu vá.

- Quero tu é sempre pertinho de mim. Tava que não aguentava de saudade de tu Vi.

Dei vários beijinhos  pelo rosto da Ana enquanto ela falava e sorria ao mesmo tempo. Mas do nada ela voltou a ficar séria e falou:

- Vi, jaja tu volta para São Paulo  né?

- Humrum.  Daqui a alguns dias!

Susurrei respondendo e ela voltou a fazer uma carinha triste enquanto me olhava, e eu logo voltei a  enchê-la de beijos novamente.

- Ninha tu quer ir passar o fim de semana no sítio comigo? Só nós duas, o que tu acha?  Um Bora?




 

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