Fica aqui comigo.

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O começo foi um tanto estranho com a chegada das meninas, não sei explicar mas estava meio pesado o clima. Ana mais calada que o normal, Gabi me olhando com um sorriso tímido no canto da boca, Sabra falando igual homem da cobra na tentativa de mudar um pouco aquele clima e eu ali sentada só observando elas como se eu nem fizesse parte daquilo. Eu estava 'longe' olhava para Ana e sorria, via a Gabi se esforçando pra entender aquela história maluca da Sabra e pensava no quanto somos parecidas, ficava admirando a Tatinha que mesmo sem ter nadinha que haver com toda aquela história estava se esforçando ao máximo para mudar aquele clima chato. E num é que funcionou! Com o tempo a conversa foi fluindo, logo Ninha não resistia as brincadeiras das duas e caía na gargalhada, e foi ao som da sua risada que eu 'despertei' e comecei a me ver dentro de toda aquela cena. 

Pedimos comida, assistimos um filme engraçadinho que passava na tv, conversamos, rimos e todo aquele clima pesado de mais cedo parecia que nunca havia existido. E quando a noite chegou Gabi se apressou para não perder um compromisso do trabalho e ao se despedir parou bem na frente da Ninha e eu por um segundo sentir todo o clima pesado voltar e parar bem ali.

- Cuide da minha leãozinho, tá? Ela é o meu outro eu e tem a alma mais linda de todo esse mundo. Cuide dela.

- Cuidar dela é o que eu mais quero nessa vida.

Gabi se aproximou e então à abraçou, e nessa hora uma lágrima desceu do meu olho. Aquela cena, aquelas duas que se abraçavam na minha frente, os sentimentos que me juntam a elas, eu só sabia sentir o amor transbordando por todos os lados naquela sala.

- Agora eu vou indo porque o trabalho me chama. Cherin em ocês tudo! Minha leãozinho qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, liga que eu venho.

- Obrigada por sempre, obrigada por tu. Lhe amo. Cheirin

E assim Gabi foi pro mundo mais uma vez.

(...)

Os dias passaram rápidos aos cuidados da Ninha e da Sa, tivemos algumas visitas rápidas ao médico, revisões de rotina, mais estava tudo bem, a cirurgia e a cicatrização estava como deveriam está e logo eu já estaria liberada para voltar ao teatro e as minhas obrigações diárias, que de obrigações não tinha nada porque apesar de está amando todos aqueles mimos, cuidados e dengos eu tava doidinha pra voltar aos palcos.

- Vi... Vi acorda...

- Hum...

- Eita que tu é igual urso mermo, num  vai acordar nem pra dar um beijinho de despedida? 

- Ninha vai não, fica aqui comigo!

Ana Clara:

Aquela voz rouca e melosa grudou no meu ouvido e todo o meu corpo reagiu. A vontade que eu sentia era realmente essa, de ficar e de me grudar na Vitória, grudar nossas vidas  assim como estava grudadas as  nossas almas.

Mas eu não podia, a faculdade, o estágio, a minha família minhas obrigações me levavam direto para Araguaína e logo em seguida para Araguari. Mas o meu coração, ele estava inteirinho naquele quarto, naquela cama, ao lado da Vitória era ali que eu queria está, e era ali que eu queria permanecer.

- Já sei.

- Já sabe o que mulher?

- Bora descobrir o que Sampa tem pra nós? Tem um bucado de coisa ai fora e a gente tem 24horas pra aproveitar tudinho e guardar novas lembranças, bora?

- Mas e o seu braço Vi, tu ainda precisa de repouso, tu...

- Nada! Depois dessas 24 horas a gente vai passar 6 meses longe Ninha.

- É eu sei...

- Então umbora aproveitar juntas?

Vitória levantou da cama e os seus olhinhos brilhavam toda empolgada com a idéia e não tinha como resistir à aquele ser de luz bem ali na minha frente.

- Bora!

Um Só Coração.Onde histórias criam vida. Descubra agora