Minha calmaria.

2K 116 25
                                    


Ana ouviu a minha proposta e sorrindo não pensou nem por um segundo.

- Acho massa. Vou com tu para qualquer lugar.

Aquele sorriso bobo que faz ela ficar com as bochechas rosadas e os olhinhos pequenos, sempre me derrete, amo tanto ela que só sei sentir. Segurando teu rosto e levemente passando os dedos na tua nuca eu a beijei, um beijo longo e calmo que acabou com uma risada e a tia Mônica batendo na porta.

- Meninas?

Dei um selinho rápido na Ana e ela gritou

- Entra mãe. 

- Eai Vi conseguiu fazer um milagre aqui? 

Ela entrou no quarto sorrindo e foi direto abrir as cortinas da janela, fazendo a luz do sol entrar e invadi todo o quarto. Ana reclamou tava à tanto tempo naquele quarto escuro que ao ver a luz invadindo tudinho doeu os olhos. Mas eu amei, é tão bonito de ver,  a janela se abrindo, a luz entrando e o sol ali lhe desejando bom dia.

- Fecha isso mãe.

- Fecho nada.

- Fecha não mesmo tia. Olha o céu que lindo, Ninha. Bora levantar dessa cama.

- Vitória!!!

Ana falou meu nome em um tom irritado e se enrolou novamente nos lençóis e eu sentir uma vontade enorme de beijar aquela preguicinha  que estava ali na minha frente.

- Ana quero a tua ajuda hoje filha, levanta dessa cama.

Tia Mônica falou saindo do quarto e nos deixando novamente sozinhas.

- Ninha amanhã passo aqui cedinho pra te pegar, tá?  Agora e vou indo.
Falei dando vários beijinhos nela, fazendo com quer ela saísse de baixo das cobertas,  e me desse um rápido selinho.

- Eu te ligo mais tarde, meu amô.

- Tá bom. Cheirin

Me despedir dela e da tia Mônica e fui para casa. Dormir o dia todinho, já que não tinha dormido a noite passada e acordei só no final da tarde com a Bia tocando violão na sala, menina não sossegava com aquele  violão, mas eu amava tanto ouvir ela tocar que corri logo pra sala e fiquei só registrando aquele momento bonito.

  A Ana me ligou a noite e me contou todos os detalhes do dia que passou ao lado da mãe fazendo as compras que ela não estava nem um pouco afim. E eu ria imaginando a carinha de animação dela naquelas situações, e também confirmei com ela, tudo certo para buscá-la amanhã cedo, nos duas éramos só ansiedade!

O dia amanheceu e eu acordei ansiosa que só, não via a hora de ficar sozinha com a Ana, tava terminando de arrumar as minhas coisas quando ouvir Bia me chamar do quarto dela. Sabra não estava em casa, tinha ido dormir em uma amiga para estudar e não tinha chegado ainda, e mamãe tinha viajado logo cedo.

- Oi plincesa da Vi.

- Vivi vem cá.

Me aproximei da Bia e ela estava deitada queimando de febre, vermelha igual maçã e eu logo peguei o celular para falar com a mamãe, sentei na cama ao teu lado e ela veio para o meu colo. Mamãe passou todas as instruções pelo telefone e mandou eu ficar de olho na Bia, até ela voltar. Mas ela só ia voltar no final da tarde, e eu precisa falar com a Ana, não podia sair com a Bia daquele jeito.

- Ninha.

- Ei Vi eu to quase pronta, tu já tá vindo é? 

- Não Ninha. Eu to sozinha com a Bia e ela tá queimando de febre, mamãe falou pra não sair de perto dela até ela chegar. A gente só vai poder ir no final da tarde tá bom?

- Não se preocupa Vi, a gente vai no final da tarde, num tem problema não, eu vou pra ai ficar com tu. To sentindo teu nervosismo daqui. Já chego.

Ana me conhecia como ninguém, ela é a calmaria no meio da minha confusão, desligou o telefone e logo ela chegou aqui casa, fui recebê-la e grudei nossos corpos em um abraço apertado. Ver a Bia doente era um troco muito doido que dava aqui dentro, ela é o xodozinho da casa e o meu coração ficava apertado que só de ver ela assim.

Passamos os dias deitadas na cama junto com Bia, fiz tudo como a Dona Isabel mandou e aos poucos ela foi melhorando, no comecinho da tarde a Sabra  chegou e se juntou a nós na cama, em um chamego só.

Quando a mamãe chegou da viagem, a Bia já estava bem melhor, nadinha de febre e ela mesmo me chamou e falou:

- Vivi vai passear com a sua outra plincesa, eu já to bem, viu?

É um amor de muitas vidas o que eu sinto por ela. Lhe dei um abraço apertado e enchi ela de cheiro, então fui até a mamãe que estava na cozinha e também falou para eu e Ana  irmos logo, antes que ficasse muito tarde, então chamei a Aninha, que estava lá com as meninas no quarto, nos despedimos de todas e fomos até sua casa para pegar umas coisas.

Da casa da Ana, já fomos direto para o sítio, não era tão longe da cidade em 50 minutos já estaríamos lá e fomos o caminho inteiro conversando, eu ainda  estava com o pensamento na Bia e Ana tentava me tranquilizar, quando começou a tocar Dia especial na playlist, que ela tinha colocado para tocar no carro.

“ Se alguém já lhe deu a mão e não pediu mais nada em troca, pense bem pois é um dia especial. Eu sei não é sempre que a gente encontra alguém que faça bem, que nos leve deste temporal. O amor é maior que tudo, do que todos até a dor se vai quando o olhar é natural...”

E quando olhei para ela, à vi ali encantada olhando o céu, com aquele sorriso bobo e os olhinhos brilhando.

- Ei princesa.

Falei colocando a mão na tua perna.

- Vi olha isso. Bunito que só!

Ana admirava o céu e se apaixonava  por ele, então parei o carro ali mesmo no meio do caminho, descemos e ficamos olhando o céu juntas. Ele estava azulzinhu com umas manchinhas rosas, parecia tinta jogada, o sol estava indo  dormir lá no fundo, e tudo aquilo junto era uma combinação bunita que só vendo.

Ana me abraçou pela cintura e colocou tua cabeça sobre o meu ombro

- Vi eu amo tanto tu.

Olhei para  ela e não resistir, nem me importei se estávamos na estrada ou não, eu só queria senti-lá, então a beijei ali mesmo.

Ela segurou meu rosto, terminando o nosso beijo e falou

- Ei, vamos logo pro sítio.

- Tava doidinha de vontade de ficar sozinha com...

Ana nem esperou eu terminar a frase me puxou pela mão e falou apressada.

- Vem Vi, vamos...







 







 

Um Só Coração.Onde histórias criam vida. Descubra agora