Um Só Coração.

Tem como amar mais?

- Pedro vamu conversar. Olha só!

- Eu não quero falar com você! Não quero falar com nenhuma das duas na verdade. Só quero ouvir uma coisa! Ana você não quis me dar uma chance pra ficar com ela? É Isso?

Ana nada falava, as lágrimas desciam do seu rosto involuntariamente e eu ali no meio dos dois.

O  meu coração queria pegar a mão da Aninha e tirar ela dali, mais o meu cérebro me dizia que aquele momento era a hora certa para acabar logo com toda essa situação chata com o Pedro.

- Olha só, eu entendo que tu é apaixonado por ela. Vocês tem uma amizade de uma vida e você teve tempo de sobra para nutrir esse sentimento. Mas tu já perguntou se ela sentia o mesmo por tu?

- Tu chegou agora na vida dela, não tinha nem que está aqui.

- Eu cheguei agora mesmo, mas dever está aqui ou não, é a Aninha que decide. Pedro num to aqui pra destruir uma amizade não, um amor tão bonito como o que vocês construíram, deveria durar uma vida todinha.

Pedro desviou o olhar, até encontrar os olhinhos vermelhos de choro da Ana.

- Aninha tu gosta mesmo dela?

Ana nem por um segundo esperou para lhe dar a resposta. 

- Eu amo a Vi.

Meu coração batia tão forte, a minha respiração tava acelerada, vê a Ana chorando e o Pedro ali com o coração partido, quebrava o meu coração todinho.

Um lágrima caiu do seu olho, e aquele ar de apaixonado que ele trazia sempre ao encontrar a Ana e que era  visível ao olho de qualquer um, tinha desaparecido.

Pedro entendeu o porque que Ana nunca tinha lhe dado uma chance antes, e foi até necessário ele presenciar aquele beijo. O amor que ele sentia pela Ana, fazia ele ter um olhar tão ingênuo que era realmente preciso que ele enxergasse que Ana tinha um amor diferente por ele.

Pedro olhava fixamente no olho da Ana e apenas falou “desculpa, tá?” nem esperou a resposta dela e saiu.

Me aproximei dela segurei tua mão e ela levantou rápido do banquinho, grudou teu corpo no meu em um abraço forte e eu quase que conseguia sentir o seu coração batendo acelerado.

- Vamos pra casa minha princesa?

Ela só assentiu com a cabeça. Então peguei o celular e logo liguei para a Babi, expliquei bem rapidinho a história e falei que estava levando a Aninha para casa e ela insistiu em nos levar.

- Eu trouxe vocês. Eu levo vocês meus amô!

Em alguns minutos já estávamos paradas na frente da casa da Ana nos despedindo da Babi.

Então entramos e dessa vez não tinha ninguém em casa, Aninha abriu a porta e logo estávamos deitadas no sofá, uma aconchegada na outra, e eu entando fazer a Ana se sentir um pouquinho melhor depois de toda aquela situação.

- Vi?

Por um momento, estava tão distraída lembrando da imagem do Pedro na minha frente que nem ouvir a Ana.

- Vi meu amô?

- Oi princesa.

A voz da Ana me tirou aquela lembrança dele e falei lhe dando um beijinho na bochecha.

- Obrigada tá?

- Oxente. Pelo o que?

- Você mudou a minha vida todinha desde o dia que chegou. E o tanto que te amo nem sei. Acho até que to lhe amando mais parece! Desculpa te fazer passar por essas coisas, como hoje.

- Ei princesa não tem nadinha que agradecer não viu? E muito menos pedir desculpas. Será mesmo que tem como amar mais Aninha? Porque eu também to amando mais tu meu amô.

Ana sorriu me deixando com aquela cara de boba apaixonada, deu um beijinho na ponta do meu nariz e envolveu seus braços no meu pescoço grudando ali, e próximo ao meu ouvido falou em um tom susurado e dengoso,  que me fez ter leves arrepios.

- Eu quero você Vi.  Quero sentir você! 

- Naclara não provoca assim.

- Vem Vi... Vem!

Ana falou levantando do sofá apressada e me pegou pela mão, levantei e ela foi me puxando em direção ao teu quarto.