Um Só Coração.

Te encontrei, me encontrei.

“A paz que sempre procurei pude enxergar no teu sorriso, no teu olhar e no abrigo que encontro ao te abraçar. E mesmo sendo tão difícil encontrei tanta pureza, no amor tanta beleza em sentir e se entregar.”

Foi essa musica que eu ouvir assim que acordei naquele domingo chuvoso, depois de ter passado toda a noite sentindo o calor do corpo da Ana junto ao meu, estava deitada com preguiça na cama quando ouvir o som do violão e a sua voz suave, que  juntas formam uma sincronia única.

“ E eu sinto e me entrego faço juras e espero esse amor eternizar, quero tudo do seu gosto e se for pra te agradar, aprendo até a cozinhar.”

Levantei e fui na direção daquele som, e na sala estava a Ana sentada com as costas nua próxima a janela olhando a chuva que molhava tudo lá fora e recitando aquele poema em forma de música.

Fui até ela, coloque a mão no teu ombro, ela virou o rosto na minha direção e eu à beijei.

- Bom dia minha princesa. Que música linda! 

- Bom dia minha poesia. Tu gostou? Escuta só.

Ela nem deixou eu responder e continuou a cantar.

“Se você já se cansou das minhas canções eu sinto muito, mas terá que ouvir do mesmo jeito pra nunca esquecer que esses versos só traduzem as palavras que não saem e que querem ser ouvidas e lembradas por você.”

A canção acabou e eu a olhava completamente encantada com a música, com a leveza, com amor que ela conseguia passar com aquela composição.

- Eu te amo

- O meu amor é o teu amor Vi.

Ana deixou o violão de lado e veio na minha direção, parou na minha frente e congelou teu olhar no meu, me fazendo assim desejá-la mais uma vez. 

A noite que passamos juntas foi de intensas  descobertas, cada curva do teu corpo me mostrava uma nova  sensação e me fazia sentir prazeres intensos. Sentir Ana completamente entregue ao meu toque e fazer ela perder todo o seu controle, me fascinava e fazia meu corpo desejar mais ainda o dela.

Ana me olhava fixamente quando falou

- Eu não quero que isso acabe.

- Vai acabar não Ninha.

- O que a gente tem é tão bonito e tão nosso. Quero tu comigo sempre!

- O sempre é hoje. E hoje temos uma a outra!

Ana sentou ao meu lado no sofá e ficamos ali um tempo, conversando, trocando carinhos, admirando a chuva que caía lá fora, e o tanto que aquele ambiente era propício para nos duas e passamos o dia todo assim, eu queria ter levando a Ana em um lugar bonito que só, lá pertinho do sítio e que eu gosto muito, mas a chuva que caía impediu que saíssemos, mas também nos proporcionou momentos incríveis, e só nosso. 

Me sentia completamente segura do teu lado, o teu colo abrigava o meu corpo, tuas mãos acariciavam meu rosto  e sua risada me derretia. Sentir uma a outra, sem pressa, ou receio de alguém chegar na hora, beijá-la tranquilamente, poder tocar o seu corpo, ouvi-la sussurrar no meu ouvido e gemer sem precisar abafar o som, era algumas das sensações que aquele fim de semana estava nos proporcionando.

E o mundo lá fora se resumia apenas a aquela chuva que ouvíamos, nada mais importava e o que queríamos era só uma a outra.

No final da tarde, um pouco antes da hora de irmos embora a Ana me gritou lá da sala.

- Vi?

Estava já guardando algumas coisas que estavam espalhadas pelo quarto, enquanto Ana na sala pesquisava alguma coisa no notebook, então deixei as coisas e fui até ela.

- Oi Ninha.

- Vamos cantar juntas? Vamos gravar um cover?

Ana falou toda animada.

- Ninha, quem canta aqui é tu meu amor. Eu só lhe assisto.

- Vi, lembra aquela vem que saímos com a Babi, e que cantamos Emmylou no teu quarto, nossas vozes se encaixaram tão bem, parecia até que tínhamos ensaiado aquilo. Vamos tentar de novo.

Fiz uma cara de preguiça e Ana uma carinha triste, mas continuou insistindo.

- Vem Vi, a gente grava uma vez e se tu não gostar eu apago, prometo.

Ela estava toda empolgada, e estava realmente empenhada em me convencer a gravar aquele vídeo.

- Vem Vitória.

Ela parou por um instante levantou do sofá, ficou na minha frente na ponta do pé, segurou na minha cintura e me deu um selinho rapido.

- Vai ficar lindo. Vem!