Como um imã.

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O dia de voltar para São Paulo chegou como em um piscar de olhos e eu toda atarefada organizando as coisas da viagem, nem tinha visto a Ana esses dias.

Meu coração já estava ficando apertado de saudade de casa, de saudade daquela bagunça com a minha família toda reunida, mais sou feita para mundo e queria descobrir o que ele tinha para mim, não foi uma decisão fácil no início, sair de casa e enfrentar tudo sozinha é um tanto complicado, a saudade sempre machuca e as vezes a solidão incomoda, mas eu sempre olhei o mundo com outros olhos e isso me faz querer voar.

Passei o restou do dia grudada nas minhas irmãs e na minha mãe, guardando na memória cada pedacinho delas, cada momento que passávamos juntas, para quando a saudade apertasse, até que chegou a hora de ir.

- Tatinha um bora que ainda tem de passar na Ana.

Falei já arrastando as malas até o carro, me despedir da mamãe, da Bia e fomos até a casa da Ana para buscá-la, ela iria com a gente até o aeroporto. Estava numa saudade danada dela e quando à vi saindo de  casa com aqueles olhinhos brilhando e o sorriso bobo que sempre me contagiava eu me derreti ali mesmo.

- Tu tá bonita que só hoje.

Falei sussurando no teu ouvido ao abraçá-la, e ela tímida na presença da Sabra apenas me deu um beijinho na bochecha.

Seguimos em direção ao aeroporto e ao chegar lá fiz todo aquele ritual típico da viagem, e fiquei esperando o chamado do vôo.

- Vou buscar uma água, vocês querem alguma coisa?

Sabra perguntou e nos duas respondemos juntas que não. Na verdade o que queríamos mesmo era ficar um pouco sozinhas porque não estávamos nos aguentando de saudade uma da outra.

E assim que a Sabra saiu aproveitamos um pouquinho com alguns carinhos tímidos porque  estávamos no meio do aeroporto.

- Uma saudade danada de sentir tu Ninha.

Falei dando um cheirinho no seu pescoço, fazendo ela arrepiar.

- Vi não faz isso não, que a vontade aumenta.

- A minha já tá um tanto grande, Ninha. Queria beijar tu agora mesmo.

Estávamos sentadas uma ao lado da outra, então juntei meu corpo ficando mais próxima dela, minha cabeça estava encostada no seu ombro e nossas mãos entrelaçadas sobre o teu colo.

E ficamos assim por alguns minutos, Ana beijava a minha cabeça enquanto eu brincava com a tua mão, tentando deixar um pouquinho da Ana em mim.

- Vi.

Levantei do aconchego do seu ombro e virei meu rosto na sua direção quando ela chamou pelo meu nome e paramos uma olhando a outra. Nossos lábios estavam tão perto, nossos corpos entrelaçados pelas mãos e uma vontade enorme de sentir uma a outra tomava conta das duas.

Então ela me abraçou e eu sentir naquele momento que nada mais existia a nossa volta. Ana tinha no seu  abraço o meu abrigo, tudo parecia desaparecer quando eu estava entre os seus braços.

E como um imã, a minha boca chamava a dela, sair  do teu abraço e grudei nos teus lábios. Mesmo com o aeroporto cheio não conseguir evitar. A saudade e a vontade de sentir em mim o gosto da Ana falou mais alto que qualquer outra coisa.

Eu só não esperava que a Sabra chegaria bem nessa hora.

- Vitória... 

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