Minha melhor companhia.

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" Well, you only need the light when it's burning low only miss the sun when it starts to snow, only know you love her when you let her go. Only know you've been high when you're feeling low, only hate the road when you're missin' home, only know you love her when you let her go and you let her go.
And you let her go..."

Essa foi a música escolhida pela Ana. E o  nosso primeiro cover juntas rendeu um vídeo tímido onde se evitava os olhares bobos e os sorrisos apaixonados das duas, Ana tocava e cantava concentrada com os olhos fixos na tela do notebook e eu, hora ou outra sorria ao adimira-lá e ao lembrar que tinha concordado em gravar aquele vídeo.

Mas por  incrível que possa parecer, não ensaiamos nem uma vez se quer, simplesmente existiu, como se estivesse ali toda vida,  aquela sintonia, aquele encaixe, nossas vozes se completaram de uma forma única.

- Vi, tu é o meu encaixe certinho. Olha isso.

Ana falava toda boba vendo e revendo aquele vídeo, antes de publicar.

- Um bora publicar isso logo, antes que eu desista.

- Não, aquieta ai. Já vou publicar.

Apenas alguns amigos e a mãe da Ana acompanhavam o canal que ela tinha feito a pouco tempo, e mesmo com vergonha deixei que ela publicasse, o vídeo tinha realmente ficado bom.

Terminamos de arrumar as nossas coisas e nos preparamos para ir embora, o fim de semana  ao lado da Ana chegou ao fim, e em 48horas eu estaria voltando para São Paulo, minhas curtas férias chegaram ao final e eu voltaria ao curso de teatro e para a correria louca daquela cidade que me assustava sempre. 

Ana ainda ficaria alguns dias em Araguaína, suas aulas demorariam um pouco mais para começar e ela antes mesmo que eu fosse já sofria.

- Vi, como é que vai ser agora? Eu não quero que isso acabe.

Ela falou olhando nos meus olhos, com um olhar triste e segurando a minha mão.

- E não vai acabar não Ninha.

- Mas, agora vamos ficar longe Vi. Tu volta para São Paulo na terça e como vai ser? Passei todos esses dias grudada em tu e agora não vou ter mais esse chamego, não vou sentir mais o teu cheiro e nem o gosto do teu beijo.

- Ninha, o nosso tempo é hoje e já já  vamos está juntas de novo, tu pode ir passar o fim de semana comigo, ou eu venho pra ficar com tu,  a gente não  resolveu tudo até agora?

Ana só  assentiu com a cabeça, ela olhava atenta à cada palavra que eu pronunciava.

- Então Ninha vai continuar assim, vamos viver o que a gente tem hoje, tá? E eu prometo  falar com tu todos dias, pra matar um tiquinho dessa saudade. Num fique assim não!

Uma lágrima caiu do teu olho e eu logo me apressei para dar um abraço apertado e forte na Ana. Ficamos alguns segundos em silêncio apenas sentindo o respirar uma da outra, até que o celular da Ana tocou.

Era a sua mãe, perguntando que hora iríamos voltar, e como já estávamos prontas, pegamos logo as nossas coisas e voltamos para a realidade, antes que ficasse muito tarde.

- Amei um tanto que só sei sentir esses dias com tu Ninha.

- Foi incrível Vi, tu é sempre a minha melhor companhia. 

Passei a mão no rosto da Ana enquanto dirigia, ela deu um beijinho e segurou a minha mão.  Não demorou muito e chegamos a sua casa, fui ajudar ela com as coisas e quando nos despedimos, Ana ao me abraçar me deu um beijo rápido ali na frente da sua casa, sem o menor receio e eu sorrir com aquela atitude inesperada dela, então retribuir com um selinho e ela sorriu entrando em casa. 

Fui embora e assim que cheguei fui logo ver a Bia, queria saber como ela estava e à encontrei deitada no quarto vendo tv junto com a Sabra, deitei ali  com elas e depois de um tempo  acabei pegando no sono.

Acordei no dia seguinte com a Dona Isabel  remexendo as gavetas procurando alguma coisa que nem sei o que era, levantei e fui para o meu quarto onde me joguei de novo na cama, peguei o celular e vi uma mensagem da Ana. 

- Vamos passar o dia juntas? Vem pra cá minha saudade.

Soltei um sorriso bobo ao ler aquela  mensagem e o desejo de está com ela gritava dentro de mim, mas eu não podia. Tinha algumas coisas para resolver antes de voltar para São Paulo e esses dois dias iam ser bem corridos. Expliquei a Ana o porque não podia ir, ela ficou tristinha, mas entendeu e combinamos que ela iria comigo no dia seguinte para o aeroporto...

Um Só Coração.Onde histórias criam vida. Descubra agora