Capítulo 31

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*Cameron narrando*

Avisei uma enfermeira que ia dormir no quarto com a Bridget, me sentei na poltrona no canto do quarto e fiquei olhando para ela praticamente a noite toda, já que não consegui dormir por mais do que meia hora.

- Você tem que acordar, amor. - caminhei até ela e beijei sua bochecha.

- Ah, meu Deus, o que aconteceu com ela? - ouvi a voz do Gilinsky e me virei pra ele.

- Ela brigou com nós dois, saiu chorando, foi dirigir e bateu de frente com um caminhão. - expliquei e ele se aproximou dela. - Estamos com medo do que pode acontecer.

- Ela vai ficar bem, eu sei porque vocês brigaram e eu quero pedir desculpas, eu deveria ter feito só o papel de melhor amigo e acabei atrapalhando vocês, desculpa Cam.

- Tudo bem. - Falei querendo acabar com aquilo. - Eu só preciso que ela volte para nós, Gilinsky. Eu preciso do amor dela.

- Por quanto tempo ela vai ficar desacordada?

- Ninguém sabe, depende de como ela vai reagir aos remédios, eu só espero que seja logo. - falei e caminhei até a porta.- Fica aqui com ela? Eu vou buscar alguma coisa pra comer, passei a noite acordado aqui e não comi nada.

- Tudo bem, vai lá, Cameron. - ele falou se sentando na maca ao lado dela.

Saí do quarto e fui até a lanchonete no andar de baixo, meu celular estava no bolso quando senti ele vibrando, atendi sem nem ver quem era.

- Alô?

- Filho? Que voz é essa?

- Ah, mãe. A Bridget sofreu um acidente e eu fiquei aqui no hospital, não dormi essa noite.

- Ah meu Deus. O que aconteceu?

- Tinha um caminhão na contra mão e ele bateu de frente no carro dela.

- Ela vai ficar bem.

- Mãe, eu tô morrendo de medo de perder ela.

- Vem pra casa, Cam. Você precisa se acalmar. Acha que ela ia gostar de te ver assim?

- Vou tentar ir para almoçar. Te amo mãe.

- Também te amo filho. Tchau.

- Tchau mãe.

Guardei o celular no bolso e abri o pacote de bolacha que tinha comprado, assim que terminei de comer, subi para o quarto e encontrei Jack do lado de fora do quarto.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntei preocupado.

- Não, os médicos vieram dar o medicamento dela e foram fazer uns exames. - ele falou e eu lembrei que ele deveria estar em Nova York.

- Não era pra você estar viajando? Sua vó não estava doente? - perguntei e ele olhou para o quarto.

- Meus pais chegaram de madrugada e falaram que no geral ela está bem, então como eu tinha perdido o vôo, eu resolvi ficar porque soube do acidente. - ele explicou e os pais e o irmão da Bridget apareceram do nosso lado.

- Cadê ela?

- Foi fazer uns exames. - falei desbloqueando meu celular e vendo uma mensagem da Sierra.

Si: Cam, a mãe falou pra você chegar aqui em casa 11 horas. XOXO.

Cam: Tudo bem. XOXO.

Olhei a hora e já eram 9:30, todos estavam entretidos numa conversa então decidi ir para casa tomar um banho, eu devia estar completamente acabado.

- Vou pra casa, ok? Minha mãe me chamou pra almoçar com ela e a Sierra. - falei, me despedi de todos e saí.

Peguei meu carro e dirigi até o meu apartamento, subi, tomei um banho, coloquei uma roupa normal e meu óculos sem grau, só pra disfarçar as olheiras. Fui de novo para o carro e dirigi até a casa da minha mãe.

- Cheguei. - falei alto vendo minha irmã e minha mãe na mesa. - Oi.

- Oi, Cameron. Como ela tá?

- Estável. Os médicos levaram ela pra fazer uns exames e espero que o pessoal me diga se souberem de algo. - falei e nós três começamos a comer, já que o almoço já estava pronto. - Não existe comida melhor que essa.

- Agora que tá morando sozinho é assim. Só tem comida industrializada na sua casa. - Sierra falou brincando. - vai ser assim até quando? Aprender a cozinhar você não vai, e não espere de mulher nenhuma.

- Vou almoçar aqui todo dia, aí eu já levo a janta também. - Brinquei. - Eu sei, eu tenho mesmo que aprender no mínimo grelhar um frango e fazer um macarrão, com isso eu já sobrevivo.

- Bem que você deveria arranjar alguém né, Cameron. - Minha mãe falou e eu baixei a cabeça.

- A pessoa que eu quero está desacordada por tempo indeterminado num hospital, olha que incrível. Estávamos bem, mas aí eu inventei de brigar com ela ao invés de conversar...

-Filho! Você não consegue conversar civilizadamente com quem você ama, né? - minha mãe chamou minha atenção.

- Desculpa se ela disse que não queria ficar com ninguém por um tempo mas aí eu recebi uma foto dela beijando o melhor amigo dela. Desculpa se eu sinto ciúmes de quem eu amo! - me exaltei e saí da mesa.

Fui para a sala e fiquei com vontade de destruir tudo que eu visse pela frente, mas logo senti a presença da minha mãe atrás de mim.

- Desculpa, mãe. - falei a abraçando.

- Tudo bem, filho, você só precisa de um amor, de alguém que te dê carinho. - ela me abraçou de volta e eu deixei umas lágrimas escorrerem.

- Eu não quero ninguém além dela.

- Dê motivos para ela voltar, não importa que talvez ela não escute, mas dê motivos para ela. - minha mãe falou e eu beijei a bochecha dela. - E quando ela acordar, vê se não pisa na bola. Não coloquei filho no mundo pra magoar alguém.

- Pode deixar, mãe.

- Vem terminar de comer. - minha mãe falou e nós fomos para a mesa, terminamos de comer em silêncio.

- Vou pra casa. - beijei a testa da minha mãe e da minha irmã. - Eu não consegui dormir a noite. Amo vocês. Tchau.

- Tchau. - as duas falaram juntas e eu saí.

Voltei para casa e me joguei na cama, dormindo logo após eu me cobrir.

Beep, beep, beep...

De repente eu já não escutava mais esse barulho, mas sim um som diferente e estridente. Olhei para o monitor e vi uma linha reta sem movimento algum. Chamei um médico e ele veio, mas chamou outros.

- 100. Afasta.

Nada.

- 150. Afasta.

Nada.

- 200. Afasta.

Nada.

- 250. Afasta.

Nada.

- Sinto muito, perdemos a paciente. - o doutor se virou para mim e eu comecei a chorar feito uma criança.

- Não... - tentei caminhar até ela mas o médico me impediu. - Me deixa ir até ela, por favor. Eu preciso vê-la uma última vez. Por favor.

- Eu não posso, sinto muito. Ligue para os familiares dela e avise. - o médico falou seco e os outros tiraram ela do quarto.

Peguei o celular e liguei para o Nash.

- Nash.

- Hm?

- Sua irmã... Ela não vai voltar Nash, ela morreu.

- Não... Não pode ser.

- Conta pra quem tem que contar. - falei e desliguei.

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