Jeongguk

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Jeongguk treme.

Não.

Ele treme até os ossos. Seu corpo frágil não aguenta mais e ele pede para morrer silenciosamente. Gritar não é mais uma opção.

Então se põe de joelhos e chora. E se sacode com a força de seus soluços.

- Eu... Não aguento mais. Eu não a-a-aguento m-mais-s-s.

Soluça o mais alto que pode.

Tomba para o lado e se encolhe.

Esqueceu-se de como era falar.

Esqueceu-se de como era sentir felicidade.

Felicidade? Do que se trata?

Amor? O que é isso?

Quem sou eu?

Quantos anos eu tenho?

Que horas são?

Será que ainda sei falar?

Ele se levanta e agarra as grades. Suas pernas estralam e ele cai no chão com toda a força. Seus joelhos se chocam com a superfície dura, ele sente um choque imenso tomar conta do seu corpo. Geme baixo.

Geme de dor interna, externa. Geme para morrer, para ser liberto. Sua alma esfriou e grita por calor, grita por alguém, grita por socorro, piedade. Será que as pessoas não sabem mais o que é isso? O que é ser humano? Será que as pessoas são tão pútridas como sepulcro caiado?

- AAAAAAAAAH! – Então se joga contra a grade.

Não se joga contra a grade porque quer ser solto, mas se joga contra a grade para se mutilar.

O sangue que saiu do seu joelho pinta o chão sujo de poeira, de vermes. Moscas correm para pousar em cima e Jeongguk observa enquanto os pontos pretos em sua visão se ajustam.

- Eu quero... Morrer. – Respirava desesperadamente e apertava sua garganta com o resto de força que possuía. Então jogou suas costas contra a grade fria novamente. E de novo.

Arrastou-se até a parede e meteu com a cabeça nela. Mais uma vez. E mais outra vez.

Sente sangue descer e ele descansa para desaparecer do universo.

Várias tentativas insignificantes de se matar nunca funcionavam. Por mais que tentasse, nada acontecia. Aquela merda de corpo resistia e ele enfurecia-se novamente.

Não tem essa coragem, não tem vontade de tirar sua própria vida, porque sente que algo... Ou melhor, alguém irá resgatá-lo daquela merda de pesadelo em que se concentra há muito, muito tempo.

Teorias por ele foram pensadas. Ele pode jurar que está num pesadelo, ou que cometeu muitos, mas crimes horríveis em sua vida passada para estar naquele estado. Ele odeia tudo. Quem o colocou ali e pra que finalidade. Ele odeia sua vida e nunca quis tanto se matar, mas nunca quis tanto estar vivo.

Até que pessoas entram novamente na sala/quarto, ele não sabe ao certo. Tentou enxergar, mas desistiu. Era impossível, uma vez que luz apenas existia quando alguém abria a porta para maltratá-lo novamente e novamente.

Ali mesmo, ele sempre via a humilhação bater em sua porta. Todos os dias. Uma vez por dia? Duas? Ele não sabe ao certo, mas pessoas sempre iam ali para jogar pedras, xingá-lo de nomes terríveis, de coisas nojentas, constrangedoras.

Como sempre, Jeongguk rende-se a escutar os murmúrios. Antes as palavras o machucavam, mas hoje, ele apenas tenta escutar o que elas falam, o que outras pessoas que não o xingam falam baixo para outras que estão perto.

Omelas | Pjm + Jjk (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora