Omelas | Pjm + Jjk (CONCLUÍDA)

Aconchego e Descobertas

- Na geladeira. - Digo, enquanto fecho a porta encostando-me nela até fechá-la.

Taehyung, que está de costas para mim, anda diretamente para a cozinha, abrindo a geladeira e analisando com um dedo no queixo, pensativo e fazendo um bico.

Engraçado que ele tende a fazer isso bastante, quando fica concentrado. E eu admito que é a coisa mais adorável.

Ele se abaixa, impossibilitando-me de ter uma visão dele por causa de uma bancada que serve de divisória entre a cozinha e a sala.

Continuo ali, encostado na porta, pensando no que acabou de acontecer.

Cincos meninos desconhecidos por mim simplesmente se jogaram de um penhasco gigantesco, onde tinham várias pedras em baixo. Eles nem pensaram em hesitar.

Admito que é muita coragem e que é uma coisa que eu não tenho. Não quero morrer nem tão cedo. Quer dizer, não que eles tenham morrido, mas se eu tivesse feito o que eles fizeram, eu provavelmente iria morrer. Além disso, quero entender o motivo de todo mundo me tirar dali e sair correndo que nem um bando de desesperados, como se eu não pudesse ver cinco amigos se divertindo.

- AHA! - Escuto o menino que estava, aparentemente, escondido gritar. - ACHEI. HA. - Então, repentinamente, vejo um braço erguido segurando, bravamente, uma caixa de leite condensado fechada. Solto um risinho, despertando-me de meus pensamentos.

Ele se levanta, fechando a porta da geladeira e se dirige para o armário, duas vezes maior que o mesmo.

- Woah, Jimin. Quando é que você tem tempo pra comprar todas essas coisas? - Tae me pergunta e eu vou até ele, tentando olhar o que tem ali dentro e ele está certo. A dispensa está cheia de coisas: das mais saudáveis até as mais não-saudáveis possíveis. Acho engraçado como as coisas aqui, simplesmente, aparecem e se fazem do nada. Em como não existe crime ou tristeza.

- É... Eu... Acho que comprei na última feira do mês que fiz - minto. Coço a parte de trás da cabeça, tentando lembrar-me. Porém é tão difícil... Minha cabeça é um grande vazio.

A não ser pelo nome dele.

O escrevi tantas vezes, repetidamente, num ritmo que não pude controlar.

Jamais poderia esquecer-me daquele nome novamente. Prometi à mim mesmo que estaria na minha mente até nos meus últimos dias de existência.

Porém, logo sou tirado do meus pensamentos de novo. Taehyung gosta de falar bastante de vez em quando e eu não o controlo. Geralmente ele é um menino bem quieto em frente às pessoas. Por isso que eu o deixo ser quem ele quiser ser quando está entre mim e os hyungs.

Ele estica-se, a fim de pegar milho de pipoca e um achocolatado em pó.

- Eu vou fazer brigadeiro e pipoca. O que acha? - Tae propõe e eu faço que sim com a cabeça, indo direto para perto dele.

Sinto uma necessidade desesperada de alguém. A falta daquele menino me faz querer ter sempre alguém por perto, sempre ser carinhoso, talvez um pouco grudento, até. Mas não posso evitar. E parece que as pessoas não descartam meu carinho: sempre me dão de volta e eu fico muito feliz por isso.

Taehyung está no fogo, mexendo o doce em um recipiente, enquanto a panela da pipoca está com o milho dentro, esperando para ser estourado.

Lentamente, vou chegando perto. Sinto aquela mistura de aromas deliciosa e respiro fundo, mas não deixo som escapar. Silenciosamente, aproximo-me passando meus braços ao redor de sua cintura e apertando delicadamente.

Ele tem uma reação meio inesperada: seu corpo fica totalmente enrijecido e parado. Não o solto, e apoio meu queixo sobre seu ombro, olhando para seu rosto. E então capturo uma cena muito bonita: seu sorriso.