Você seria capaz de salvá-lo?

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Jung Hoseok tem Park Jimin ressonando em seus braços, enquanto descansa depois do dia cansativo e difícil que teve.

O mais velho? Não consegue pensar em dormir. E naquele momento, desconhece essa ação.

Tudo o que consegue lembrar-se é da cor da blusa de seu namorado, no último dia que viu seus olhos piscarem, que é idêntica à parede do seu quarto.

Branca.

Branca como a neve que cai no fim de uma temporada.

E a cor que, lentamente, tomava espaço em sua camisa branca, deixando-a tão assustadora, tão... Horrível como Hoseok nunca vira antes.

Tão idêntica à cor de seu abajur:

Vermelha.

A cor de vida que se esvai e foge do corpo, deixando apenas a carne e o osso, sem o espírito. Sem a alma.

O abajur que ilumina seu quarto antes de dormir. O abajur que nunca consegue desligar, independente se for dia ou se for noite.

Porque ainda tem uma esperança de que seja uma brincadeira do destino com ele, e apenas, precisa viver com isso. Aceitar isso.

Que seja algo não permanente, que vai passar rápido. Que seja apenas um sonho, o dia em que o segurou do mesmo jeito que segura um menino que dorme em seus braços.

E ali, a visão toma conta de sua mente e não pode conter seus pensamentos.

Hoseok tinha seus dedos entrelaçados nos dedos de seu namorado. As palmas de ambas as mãos suavam de nervoso.

Era uma imagem horrível de se ver.

A Criança de Omelas estava largada no chão, abraçando suas pernas finas enquanto se tremia de frio, atrás das grossas grades de ferro enferrujado.

Ela tentava falar algo, e cada vez que tentava abrir a boca, Thomas apertava a mão do menino que tinha seus cabelos tingidos de um rosa claro com cinza.

Quase como uma mania e com um fungado constante, o menino preso arranhava suas unhas roídas e sujas no chão. Sangue saía delas, como uma forma de automutilação.

Os olhos de Hoseok estavam cheios d'água e virava o rosto constantemente para trás ou para o lado, esperando que seu namorado quisesse sair dali finalmente, porque não aguentava mais.

Mas as órbitas de seu rosto estavam fixas diretamente para o sofrimento daquele ser que habitava no escuro e na própria tristeza de viver.

Talvez, em vez de habitar, seja a tristeza em si, Jung pensou.

Então, lentamente, chegou no ouvido do outro e disse baixinho:

- Por favor, vam...

E é interrompido pela Criança que sussurra uma mensagem dolorosa:

- Eu não aguento mais. Eu prometo ser bom. - O sussurro era mais alto do que se alguém estivesse com um microfone naquele ambiente. As palavras sendo pronunciadas de sua boca, saíam como se fossem gritos de terror, mas eram tão baixas como ruídos de ratos recém-nascidos.

Algumas das pessoas que estava junto com os dois, começam a chorar em um desespero baixo, tentando respeitar o silêncio da sala.

O silêncio da dor e do estar. 

O silêncio que não deve ser respeitado.

Jung Hoseok sentiu uma agonia no peito pedindo para sair dali. Pedindo para que acabasse logo, mas seu namorado de cabelos tão negros estava com seus pés grudados no chão.

Omelas | Pjm + Jjk (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora