Como o homem do telefonema havia dito, eles seguiram os trilhos e se encontraram no portão da cidade. Não foi um caminho difícil.
Na verdade, não foi difícil de jeito nenhum. Só foi um pouco trabalhoso, uma vez que tinha muita neve cobrindo o chão. Mas no fim, deu tudo certo.
Ao pararem na frente da cidade, deram de cara com um portão e muros gigantescos cercando a cidade.
Estava frio e os meninos não estavam com roupa apropriada: todos de short, tênis e camisetas sem mangas. Tentavam o máximo mostrar resistência ao frio, mas as pontas de seus dedos estavam roxos. Assim como a ponta do nariz e os lábios.
Não se podia ver dentro da cidade, já que os portões eram enormes. Mesmo colocando as cabeças para fora da janela, tentando enxergar, era uma missão totalmente falha.
Porém, estavam maravilhados com a grandiosidade daquelas paredes. Além da beleza delas, é claro.
Os muros eram cobertos de desenhos totalmente perfeitos, representando o mar. Ondas azuis e agitadas, a espuma natural, corais, conchas. Eles podiam sentir o cheiro de maresia. Bill desceu do carro e logo em seguida, os outros fizeram o mesmo.
Estava tão frio, mas queriam saber daquilo e conhecer aquilo tudo.
Chegaram perto dos portões e Ben encostou sua mão nele. Estava quente, diferente do clima de fora. Ele não pensou em física naquele momento, ou como isso poderia ser impossível, mas apenas encostou todo o seu corpo contra aquela superfície nada macia, a fim de esquentar-se.
Os outros garotos acharam tão esquisito que foram checar o que estava acontecendo.
Ao verem que as portas estavam quentes, não demoraram e apressaram-se a fazer o mesmo que o menor de todos.Logo, quem olhasse de fora, veria cinco idiotas encostados em dois portões, gemendo e dizendo que o calor estava tão bom que nunca sairiam dali, se possível.
Porém, Kevin, curioso, desencostou-se e pôs-se a andar ao redor do muro, observando aquela obra de arte tão bela e tão bem feita, enquanto chutava a neve e tremia de frio. Ele abraçou seus próprios braços, passando as mãos neles a fim de esquentar-se.
Andando, ele perdeu os meninos de vista.
Todavia, ele sabia que estavam encostados no portão.
Mas então, ele tocou a superfície da parede, correndo os dedos por ela, pelos desenhos até que passou a mão por um desnivelamento.
Ele parou, achou estranho e empurrou o local.
E a parede se abriu como uma porta, deixando uma brecha para o outro lado bem diante dele. Pela pequena fresta, parecia ser um ambiente bastante iluminado.- Pessoal! - Ele gritou. - PESSOAL!
Os outros quatro meninos foram correndo ao seu encontro desesperadamente.
- Meu Deus, Kevin! O que aconteceu? - O instinto protetor de Bill gritou mais alto.
- Você não fez merda, não foi? - A voz metálica de Andrew percorreu os ouvidos do asiático.
- Venha ver a "merda" que eu fiz, seu ingrato! - Ele gritou em resposta, claramente ofendido.
Finalmente, os quatro chegaram ao mesmo tempo ao encontro de Kevin.Mike fez uma cara de "Sim, e então? Cadê a coisa que você queria mostrar?", enquanto apoiava as mãos nos joelhos, recobrando o fôlego.
O de olhos puxados apontou com a cabeça em direção à porta, sem abrir a boca para dizer algo.
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Omelas | Pjm + Jjk (CONCLUÍDA)
FanfictionEssa é a história de duas almas ligadas antes mesmo do nascimento. A história de duas linhas entrelaçadas eternamente desde antigas vidas. Essa é a história do amor verdadeiro e do companheirismo. O momento em que vão descobrir coisas novas junto...