A Esperança

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Passamos a tarde inteira ali. Tirei dúvidas com Namjoon - que eu já sabia as respostas - fingi bastante. Ficamos juntos muito tempo.

- Jamais esperei que você viesse me visitar depois do que eu disse para você - ele fala para mim, relaxado na cadeira atrás da sua mesa.

- Eu... Precisava aceitar isso, hyung - minto. - Mas eu quero ficar junto com você para que eu não me perca ou acabe me matando. Lentamente, irei aceitar isso.

- Tudo bem, Jimminie. - E cada vez que ele fala meu nome, estremeço de nojo. - Eu não gostaria que você se matasse também. - Sorri acalentado para mim. - Você sabe, não é?

- Sei o que, hyung?

- Onde há esperança, sempre há dificuldades. E temos que sentir o desespero para superar todas elas.

Seguro meu estômago, corro para janela, abrindo-a com força e vomito o que resta.

Namjoon chega do meu lado, sem entender o que está acontecendo, passando a mão nas minhas costas e esfregando-as para que eu melhore. Porém, cada esfregada é pior e eu não consigo parar.

Mas no fim, eu, apenas fico tentando vomitar o que não tem mais. Torço para me segurar.

O garoto de cabelos roxos coloca-me no colo e me põe em sua cadeira. Estou mal e mole depois do que disse.

Sim: onde há esperança, sempre há dificuldades. E sim: temos que sentir o desespero para superá-las todas, mas não se aplica ao caso, Namjoon. Não pode se aplicar. Isso é desumano.

- Está tudo bem com você, Jimminie? - Diz passando as costas de sua mão em minha testa.

Minha visão está escura e clara. Há uma oscilação de ambientes que está incomodando meus olhos. Talvez eu desmaie.

Rapidamente, ele prende meu nariz, abre minha boca e põe seus lábios ao redor dos meus, soprando para dentro dela. Paro de entender o que está acontecendo aqui e nada mais me parece claro. O que pensa que está fazendo?

Não dá dois segundos para meu corpo começar a debater-se fracamente, tentando afastar seu rosto do meu. Estou tonto e injuriado ao máximo. Ele está invadindo minha privacidade de um jeito que eu nunca permiti e de um jeito que eu jamais permitiria depois de descobrir quem ele é e o que ele faz. Além disso, ele tem um namorado.

Pego as palmas das minhas mãos e posiciono contra a testa dele que está a mostra por causa de seu topete e a outra em seu queixo, empurrando para trás.

Não puxo o ar que me passa, expulsando do meu organismo e perdendo as forças mais ainda.

Ele que segura meu rosto, afasta o seu e diz olhando-me nos olhos que já estão fechando:

- Você vai me deixar fazer isso, ou quer desmaiar de graça? Você que decide.

Minha cabeça tombaria se ele não estivesse segurando-a. Meus olhos estão fechando lentamente, então afirmo com a cabeça. Deixo que se posicione sobre mim novamente e coloque sua boca sobre a minha.

Paulatinamente, minha visão vai voltando, o preto some de uma imensidão para tornar-se, apenas, uns pontos, até não existir mais.

Quando mexo a cabeça e faço um "hm", avisando que estou normal novamente, vira-se, abrindo uma gaveta que tem embaixo de sua mesa, pega uma toalha e limpa a boca.

Rapidamente levanto-me, morrendo de vergonha. Sinto meu rosto esquentar. Portanto saio andando diretamente para a porta, sem olhar para trás.

- Pelo menos um agradecimento bastaria pelo fato de eu ter te impedido de desmaiar e ter um colapso. Se ficasse por muito tempo sem oxigênio no cérebro, você poderia morrer - diz seco, atrás de mim.

Omelas | Pjm + Jjk (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora