Quatro por quatro, um quadrado apertado, uma cama não tão macia, um vaso sanitário e uma pia. Sem
janelas nem porta a luz artificial iluminava o tempo inteiro, inclusive a noite, às paredes tem olhos e precisam espiar o tempo todo. A única coisa agradável era a temperatura. Agradável.Luíz sabia que era hora do almoço, pois sua barriga estava roncando e hoje ele não comeria sozinho, graças ao seu bom comportamento poderia ir almoçar por um breve momento no
refeitório e com certeza veria o seu irmão mais novo, Lucas, que sempre se comportava muito bem, sempre foi bonzinho, desde criança. Luiz apanhando por ser mal criado e Lucas recebendo elogios. Luiz sempre se defendia dizendo que era ansioso r ficava entediado com uma certa facilidade.Dentro do quadrado apertado não existia tempo e isso o jovem louco. Ele não fazia idéia de quantos meses
ou anos estava ali, preso, mas não precisava contar, ele não respondia por uma pena, os dias não encurtavam a sua saída, ali era a sua morada, o seu fim.A barriga roncou novamente. Luíz coçou a coleira prateada em seu pescoço, encaixada direto no córtex cerebral com uma pequena cirurgia. A coleira servia para inibir os seus poderes, colher informações e manter Luíz e todos os outros prisioneiros do Complexo em ordem. Caso o jovem não entendesse a sua condição e tentasse usar seus poderes tomaria um choque e se isso não adiantasse lhe seria injetado drogas fortíssimas e se mesmo assim não adiantasse a cabeça explodiria como um tomate vermelho e maduro. Obedecer era questão é de vida ou morte.
A categoria de Luíz, paranormal, era uma das mais importantes. O seu corpo e a dimensão de seus poderes eram estudadas diariamente. O extraordinário podia se teletransportar através de um vórtice que o levaria para onde quisesse. Um pensamento e ele estaria longe, pelo menos parte de seu corpo, a que restaria após a explosão.
Luíz preferia se comportar e colaborar com os estudos, assim algumas vezes na semana podia almoçar no refeitório e olhar seu irmão, ver se estava bem alimentado, menos triste, ou com algum machucado. Ser o irmão mais velho fazia Luíz ter esse sentimento paternal com o irmanzinho inocente e ingênuo.
De repente a parede mudou de forma e ficou envolta de uma energia azulada que daria choques em quem se aproximasse, uma porta de abriu, do outro lado três guardas segurando armas de grande porte, uniformizados de preto e com o rosto coberto por um capacete entraram no quarto. Os soldados estavam para guerra. Algo que facinava Luíz era a segurança incrível daquele lugar. Um dos guardas ofereceu a Luíz um copo de água e um comprimido.
- Pegue. - disse um guarda de voz áspera. — O tratamento ali não era nada acolhedor. Pensava Luíz. Guardas perversos e médicos sádicos. Parecia que todos odiavam os E.O.S.
Luíz pegou a pílula e engoliu, tomou um gole de água. Ele não fazia idéia do porquê daquela medicação, ou das infeções. Seu sangue era colhido quase que diariamente. A única certeza que ele tinha era que aquilo não era bom.
- Pronto. - confirmou mostrando a língua.
- Cale a boca! - disse o guarda ríspido. O maior dos três.
- Relaxa, esse aí não faz nada com a voz. - disse o outro. — Se não estaria amordaçado.
A escolta para o refeitório foi tranquila, andaram em um corredor aparentemente vazio, mas que guardava os outros quadrados. As outras vidas. Entraram em um elevador e desceram cinco andares.
O Complexo era imenso, milhares de pessoas eram mantidas ali e outros milhares trabalhavam para que eles fossem mantidos assim, presos. Após andarem por mais um corredor foi possível escutar o barulho de maxilares mastigando.
No refeitório havia apenas algumas dezenas de E.O.S, os que não representavam tanto perigo, que obedeciam facilmente, que já estavam quebrados e sendo remontados conforme a necessidade daqueles homens. Algo que Luíz percebeu em seu comportamento era que cada vez mais ele se tornava mais controlável.
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Vol. 1 Heróis do Amanhã - NOVA ERA
AçãoO mundo mudou. Cientistas em laboratório alteram o código genético fazendo nascer pessoas ExtraOrdináriaS. A humanidade tem medo do desconhecido e aquilo que temem quererem destruir. A Oráculo, Agnes Agnel prevê um futuro desastroso, mas também vê...