Vol. 1 Heróis do Amanhã - NOVA ERA

Luíz/ Vórtex

Do alto de uma  árvore  avistava toda a movimentação. O plano era simples, impedir que os heróis de Agnes entrassem na caverna. Mesmo que precisasse matar para conseguir, e matar não era nenhum problema.

A caverna era fria e úmida assim como era a galeria subterrânea. Antes estavam perto de um cemitério e agora tinham a floresta inteira da cantareira. "Belo esconderijo" — olhou para todo aquele verde com um meio sorriso sarcástico. Ele sabia que seria uma luta muito grande até chegar aos palácios prometidos aos ExtraOrdinárioS, que muito sangue dos humanos precisaria ser derramado para que entendessem que já não eram mais superiores.

Vórtex sentia vontade de rir ao ver como o adversário era fraco e inesperiente, meninos e meninas brincando de ser super heróis. Se movimentavam de forma óbvia e mecânica. Eram alvo fácil.

Duas fogueiras e duas lutas contras os discípulos mais fracos. O que não contavam era que o tele transportador podia estar onde quisesse a qualquer momento e que observava tudo o que acontecia.

A jovem loira, que tinha conhecido a verdade de Ariana estava do lado errado. Vórtex não entendia como alguém poderia defender uma utopia enquanto milhares de E.O.S eram massacrados. Libertar Lucius era a única solução, aquela jovem deveria morrer duplamente, uma por conhecer a verdade e outra por estar lutando contra os seus irmãos.

A loira, Escudo, chegou  até​ a fogueira, logo  avistou Manda, a Quimera estava examinando o ambiente. Um pequeno vacilo e  Escudo pisou em um graveto. Barulho suficiente para a Vespa perceber a sua presença.

—  Você? — dizia Manda com sua voz aguda. — Ficou tão pouco tempo com a gente.

— Fiquei tempo suficiente pra perceber a merda que tava fazendo. — retrucou Escudo.

— Azar o seu. — a Vespa voou alto se escondendo nas copas das árvores. Escudo se concentrou para não ser surpreendida. A jovem era esperta, diferente dos amigos, pois sabia esperar o pior dos outros e estava sempre pronta pra atacar, pra fugir, pra matar. Essa era a única parte dela que Vórtex gostava. "Seria uma ótima assassina". — pensou.

De repente um líquido esverdeado foi disparado com força na direção de Escudo. Foi tudo muito rápido, mas um campo de força foi projetado repelindo o líquido. A Vespa aproveitou a distração de Escudo para lhe socar na face, Escudo revidou com força, mas a Vespa era ágil. As duas mulheres ExtraOrdináriaS trocavam socos como se fossem lutadores de boxe, com o triplo da força que eles tinham. 

— Manda! Existe um lugar pra gente. — disse Escudo com a voz ofegante.

— Olha pra mim! Existe um lugar pra alguém como eu? — Manda parou de bater suas asas. Pousou no chão e ficou frente a frente com Escudo, se olharam por um momento. A pele da Quimera parecia mais verde ainda na floresta.

— Tem sim, eu tenho certeza. No quartel secreto nós vamos treinar. Quando a gente for fazer as missões,  seremos tratados como...

— Heróis? — completou Manda rindo.

— Sim. Que merda né? Mas olha tem um lado muito bom em tudo isso. Somos amigos, somos uma família, vamos ajudar as pessoas ao invés de exterminar elas. Vamos viver nesse mundo e não em outro.

— Eu prefiro ser uma deusa do que uma heroína. Eu prefiro condenar os homens ao invés de respeitá-los. Quem vai ressuscitar os meus irmãos assassinados pelo próprio pai? — Manda criou com seu exoesqueleto uma garra afiada que saiu do seu punho, avançou contra Escudo que segurou o golpe fechando a mão na garra que dilacerando a carne fazia  a jovem heroína agonizar de dor, mas a loira fez o mesmo com a outra mão para se defender de outro golpe. Escudo estava com as duas mãos sangrando.  Por um momento Luiz se lembrou das pregações do seu pai falando sobre os sacrifícios  da via Crucis. Vórtex se concentrou na luta. Manda estava imobilizada e Escudo olhava com piedade para a mulher vespa. Não conseguia imaginar o quanto ela tinha sofrido, mas não havia tempo suficiente para convence-la que tudo poderia mudar, que poderia ser diferente. Escudo criou um campo de força dentro da cabeça de Manda até fazer ela desmaiar e começou a absorver a sua energia vital para se recuperar rapidamente dos seus ferimentos.