XVII

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Nós ficamos estáticos por uns minutos, mas como não aconteceu nada, Alex voltou ao que estava a fazer e eu fiquei apenas ali atenta rezando para que nada acontecesse.
Fico o encarando e então surge a seguinte pergunta na minha cabeça

"Será que eu deveria ajudar?"

Porque sinceramente? Dá pra ver que daquilo tudo vai sair MUITA GRANA!
E é disso que eu mais tô precisando no momento...

Mas de qualquer forma a minha posição se mantém. Isso aí é outra parada. Eu vendo, não roubo.

Bom, acho que já estamos há muito tempo aqui, tempo demais pra falar a verdade!

-Alex...
Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ele virou pra mim e pôs o dedo indicador nos seus lábios como se dissesse "silêncio".
Só que eu não entendi se ele estava me mandando calar ou falar mais baixo.

-Não fala alto -Alex sussurrou.

"Ele agora lê pensamentos?" -pensei.

-Bom, não achas que nós deveríamos...- antes que eu pudesse acabar fui interrompida por um barulho de passos que estavam vindo de cima.

Nós dois ficamos em choque e Alex começou a recolher tudo atrapalhadamente.

-Vamo logo embora! -sussurrei pra ele o apressando.

-Não! -ele sussurrou e continuou a fazer o que estava a fazer , só que mais rápido.

Nesse momento eu deveria ter ligado o foda-se e desaparecido dali, mas como a minha trouxisse não me permitiu, eu fiquei ali tentando tirar nós dois daquela casa. E esse foi o meu erro.

O barulho estava se tornando mais alto e meu desespero maior.

-Ei! QUEM ESTÁ AÍ?! -perguntou alguém lá das escadas e esse foi o momento em que tudo fodeu pra mim.

Finalmente Alex se preocupou em correr dali pra fora e ele assim o fez.
Só que foi tão rápido que quando eu quis ir atrás dele, Alex já tinha fechado a porta na minha cara me deixando ali dentro.
Tentei girar a maçaneta, mas assim que ele bateu a porta esta voltou a trancar.

O barulho estava próximo demais e eu não conseguia sair. A minha solução foi sair daquele cômodo e tentar me esconder noutro.

Assim o fiz e enquanto eu me escondia, procurava também um sítio de fuga.
Andei escondida pela casa sem que ninguém me notasse (o universo parecia estar à meu favor, pelo menos uma vez na vida) e acabei entrando num banheiro que tinha uma pequena janela no topo, bem perto do teto.
Como eu sou magra e meio baixinha, eu consegui passar facilmente, só tive que me apoiar em algumas coisas para conseguir subir.
Pulei para o outro lado e felizmente aquela janela dava com o muro.
"Afinal o universo não me odeia tanto assim" -pensava eu enquanto me equilibrava cuidadosamente no muro.

Andei lá em cima por um tempo e quando encontrei um bom sítio pra descer, desci e corri dali.

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